O Hospital de Braga fez uma mastectomia com reconstrução mamaria em 2011 a uma doente que tinha cancro. A cirurgia foi feita pela equipa médica do Hospital de Braga composta por: Arlindo Ferreira e Maria José Rocha especialistas em Senologia e Mauricio Milet especialista em cirurgia plástica reconstrutiva. O resultado da reconstrução foi catastrófico. Uns meses depois fizeram-lhe outra cirurgia e o resultado foi igual. O sítio a que chamavam mama era um amontoado de carne.
A doente foi reformada por invalidez porque ficou com graves deficiências físicas e muitas dores que a levaram a fazer fisioterapia até hoje, para minimizar as dores e conseguir sobreviver.
O hospital nunca assumiu a responsabilidade pelo fracasso da cirurgia e as instituições tuteladas pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da Justiça a que recorreu arquivaram os processos.
Cinco anos depois, na sequência de muitos emails, muitas cartas, várias notícias na comunicação social e até de se expor num programa de televisão, em fevereiro de 2015 foi chamada pelo Hospital de Braga para uma nova cirurgia.
Fez a cirurgia e foi informada pelo cirurgião Luís Azevedo que precisava de fazer mais quatro cirurgias para que a reconstrução ficasse a cem por cento, uma vez que depois desta tinha ainda várias deformações. Prometeu que ia opera-la até que ficasse bem mas entretanto foi promovido a diretor.
Aguardou que voltassem a chama-la e entretanto foi ultrapassado o prazo da lista de espera, por isso, em Março deste ano recebeu um vale do SIGIC com três opções para efectuar a cirurgia em privado. Escolheu o Hospital da Misericórdia de Vila Verde. Foi à primeira consulta, fez os exames pedidos e na segunda consulta em Abril com os exames prontos, o médico recusou-se a opera-la. Disse-lhe que quem tinha começado a reconstrução é que tinha que acabar.
Um Maio, recebeu outro vale do SIGIC, desta vez só com duas opções (a terceira já estava esgotada) e escolheu o hospital da Ordem Terceira da Santíssima Trindade. Foi à consulta em e a resposta do médico foi igual á do anterior, que quem tinha começado a reconstrução tinha que a acabar.
A doente queixou-se ao Hospital de Braga e a resposta que obteve foi que estavam a atender os doentes da lista de espera de 2015 por isso tinha que esperar a vez dela.
O regulamento do SIGIC diz o seguinte:
“O SIGIC assegura aos utentes dos hospitais públicos a transferência para outras unidades hospitalares, públicas ou convencionadas (privadas e sociais), sempre que nos hospitais em que estão inscritos não haja capacidade para proceder à intervenção cirúrgica num prazo máximo de 9 meses em situações não prioritárias e de 4 meses em situações prioritárias. Nos casos em que não haja oferta no exterior para a intervenção proposta, assim como nos casos em que o hospital, com o acordo do utente, o considere como intransferível, fica obrigado a proceder à intervenção no prazo máximo de 12 meses. Ao incumprimento deste prazo está associada uma penalização.
No caso de transferência, se o utente não vier a ser intervencionado no hospital de destino (HD), por razões que lhe sejam alheias, retornará ao hospital de origem (HO) sem perda de antiguidade ou quaisquer outros direitos.” Pode ler mais em: http://www2.portaldasaude.pt/NR/rdonlyres/62030BD6-0C6A-4A99-83DE-519E90E069CD/0/IndicadoresIntroducao1Semestre1007.pdf
Em abril de 2014 publicamos um texto sobre este caso que podem ler em:
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