As teias do favorecimento na política Portuguesa! (por Jacinto Furtado)

teiasOs Portugueses gastaram acima das suas possibilidades!

Esta frase é repetida até à exaustão por aqueles que juraram por sua honra cumprir com lealdade as funções que lhes foram confiadas. Lealdade terão sem dúvida mas não ao Povo Português já no que respeita a Honra… bem, cada um que tire as suas próprias conclusões.

Durante anos e anos, nos mais variados governos e com os mais distintos governantes a coisa pública foi delapidada sem que nunca, mas nunca, os delapidadores tenham sido julgados e, condenados pelos seus actos.

Diz-se que uma boa mentira tem de conter uma parte de verdade, só assim se torna credível, só assim, à força de tão repetida, se torna numa verdade incontestável. É o caso de se dizer “os Portugueses gastaram”, esta  é a meia verdade que serve os interesses de quem quer penalizar o Povo pelos seus (deles, não do Povo) actos. A frase verdadeira é “Alguns Portugueses gastaram…”, esses Portugueses chamam-se governantes.

Sabem o que era o “Programa FORAL”? Não? Então eu ajudo (FOR)mação (A)utarquias (L)ocais.

Sabem quem era o secretário de estado da administração local na época do FORAL? Não? Que raio de memória a vossa! É por estas e por outras que continuam a ser enganados. Se eu vos perguntar o resultado dum jogo de futebol de há 20 anos são capazes de responder e até dizer quem marcou os golos. Depois queixem-se!

Miguel Relvas, o incontornável, omnipresente e omnipotente (ou talvez não) Miguel Relvas era o secretário de estado da administração local e no desempenho das funções que jurou cumprir com honra e lealdade lançou um concurso público internacional para a campanha de comunicação do tal programa. Excelente, magnifico, nada melhor que um concurso público para garantir que os dinheiros públicos são entregues a quem apresenta a melhor solução, o melhor preço e sem dúvida a quem dá mais garantia de qualidade. Limpinho!

Pois bem, talvez não seja assim tão linear como referi. O concurso foi ganho por uma empresa chamada NTM que era detida por Agostinho Branquinho e pela sua ex-mulher. Irraaa também não se lembram de Agostinho Branquinho? Que raio, tomem alguma coisa para a memória. Branquinho foi aquele deputado do PSD que numa comissão relativa a uma alegada interferência do governo na TVI (Sócrates rules) se saiu com a frase “Mas o que é a Ongoing?” numa tentativa de queimar, ainda mais, a já de si queimada imagem de José Socrates.

Pois bem este Sr. Deputado, muito pouco tempo depois deixou de o ser para passar a ser administrador duma empresa… Qual? Obviamente a Ongoing! Então se ele não sabia o que era nada melhor que ir para a administração para começar a conhecer.

Voltando atrás, Agostinho Branquinho do PSD, ganhou o concurso lançado por Miguel Relvas do PSD. Na mesma empresa, como presidente da assembleia geral esteve até há pouco tempo Aguiar Branco do… PSD. Até agora nada mais que coincidências. Vamos aos critérios para a entrega da campanha de comunicação no valor de 450 mil Euro à NTM:

Concorrentes: Formam corridos todos, mesmo empresas de referência a nível mundial

Preço: O mais elevado

Capacidade técnica: A mais baixa

Como se vê ma escolha de qualidade e certamente sem nenhuns interesses à mistura. Acrescente-se que Agostinho Branquinho poucos meses depois sai da empresa que é alegadamente vendida a um fundo de investimento espanhol representado por quem? Sentem-se se faz favor! Representado pelo escritório de Aguiar Branco. Bolas este começa a parecer mais um incontornável, omnipresente e omnipotente.

A NTM está neste em processo de insolvência com um passivo superior a um milhão de Euro.

Fantástico não é? Parece que o Ministério Público está a investigar, dizem os jornais… Parece que será mais um processo a morrer no fundo duma gaveta, digo eu!

Não se vão já embora. Ainda há mais. Neste mesmo bolo esteve envolvida a Tecniforma de que era Administrador… quem? Pedro Passos Coelho, pois claro. A Tecniforma “ganhou” a maior fatia das acções de formação do programa FORAL e, está também a ser investigada embora toda a gente assobie para o lado e não fale no assunto

Portanto vamos a conclusões:

É ou não é verdade que há alguns Portugueses que gastam?

É ou não é verdade que o juramento da honra e da lealdade é mais particularizado e menos generalizado do que devia ser?

É ou não é verdade que enquanto a falta de transparência for uma regra e não uma excepção o número de Portugueses a passar fome será cada vez maior?

Pensem nisso!

2 comentários a “As teias do favorecimento na política Portuguesa! (por Jacinto Furtado)”

  1. Ermelinda Vizinho diz:

    Falta de dignidade utilizada por desgovernantes que dia após dia afundam Portugal e que para estes parasitas
    só julgamento sério por outras instâncias. A presente justiça envolta em compromissos com estes parasitas, castiga os pobres que rouba para comer.

  2. Jorge Coimbra diz:

    Esta história tem o elenco do PSD mas certamente temos variadíssimas histórias com todo o tipo de elenco. É necessário ir a todas as histórias, com todos os elencos. Como termina o texto acima, “É ou não é verdade que enquanto a falta de transparência for uma regra e não uma excepção o número de Portugueses a passar fome será cada vez maior?”

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