Todos conhecemos as razões dos crimes sexuais na I.C.
São 2022 anos de sexo às escondidas, De sexo no armário. De perversões sexuais com crianças.
O selfie made man tem toda a razão, também acho pouco só serem 400 casos de casos de abuso sexual a crianças, pela Igreja (foi mesmo isto que ele pensou e não soube expressar, entendo perfeitamente, ele é um comunicador com inconseguimentos).
O meu problema prende-se quase sempre com os que desconseguem exprimir-se de todo, com o silêncio e a permissão do crime. Como o nosso beato presidente.
A Igreja Católica só tem o poder que tem porque esto lho foi conferido.
Porque tem uma bula presidencial e do estado laico em geral para cometer os crimes que quiser, à laia de troca. Como?
A Igreja ofereceu bulas aos nobres para que estes a partir do século XV pilhassem, oprimissem e possuíssem tudo – pessoas, terras e bens – enquanto os Cruzados Catequizavam os indígenas e gentios.
Depois da Inquisição que começou no início do século XII, e durou até há duzentos anos, a República – suspensa em 1926 com a ditadura do Estado Novo na cama com a Igreja e com os seus crimes sexuais – passou a laica, com separação de poderes entre Estado e Igreja e sem pagar impostos, mas com a bula para se sentirem regiamente à vontade para fazerem o que quiserem, incluindo a prática de crimes sexuais com crianças.
Só 400 crianças? Uma já era demais!
Mas, convenhamos também acho muito poucos. Só 400 foram os que tiveram coragem de ver a sua vida devassada e desfeita – de novo – ao denunciarem, não deixando o crime impune.
Era isto que a nossa beata de serviço devia ter dito, nem que fosse para acalmar os não crentes como eu. Com um gesto de humanidade para com essas crianças, vítimas de adultos cujo dever é o de as proteger.
400 filhos de alguém – certamente de crentes fervorosos que acreditam na santidade da IC – deixando as suas crianças serem catequizadas por homens sem vergonha, nem escrúpulos, nem qualquer ideia cristã.
Quando (e se) se destapar o véu, serão certamente muitas mais largas centenas. Ou se calhar, no contexto Português do hábito ao silêncio à vergonha e à censura, as vítimas vão ser silenciadas de novo, pelo Poder da Igreja num Estado laico, permitido por todos nós, em pleno século XXI.
Estas declarações são uma razão suficiente para que o homem professor de direito se demita.
Vivemos a era da irresponsabilidade e branqueamento. Aos que têm poder não lhes cabe responsabilidade pelas suas palavras, acções, ou falta delas.
Por isso plagiamos ideias e palavras sem vergonha, por isso dizemos o que nos passa pela cabeça sem medir, por isso calamos crimes, somos complacentes com estes, cúmplices e tolerantes com crimes como o racismo, crimes sexuais na igreja, de violência doméstica e outros.
Ali vão eles, os homens na frente da Cruzada, com a cruz de Cristo na veste e a espada na mão.
Em resumo, na coutada do branco macho ibérico (e por todo o mundo católico) a trilogia dos 3 f´s mantém a força.
Tudo como dantes, no século XII.
Anabela Ferreira
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