“Calem-se e driblem”, diz a grande massa branca, privilegiada e protegida, incluindo a anátema cor de laranja que ajuda a propagar o ódio dando cobertura à polícia que mata e, aos brancos que matam enquanto assistem ao entretenimento oferecido pelos grandes atletas pretos e mulatos.
Depois de sete tiros pelas costas a Jacob Blake, um jovem preto na frente dos seus filhos, quando este foi apartar duas mulheres, de um jovem branco de dezassete anos matar pessoas num protesto pacífico relacionado com Blake e de se aproximar da polícia com a arma pendurada a tiracolo e esta nada fazer, está na hora de dizer,
-“Não, agora calem-se vocês que nós não vamos mais jogar nem entreter” até mudar!
Foi o que manifestaram e fizeram os grandes atletas do basket, como tinha feito Kaepernick e agora também Naomi Osaka. Outros seguem o protesto.
Aliás, o mundo devia parar imediatamente enquanto não houver mudança.
Repito – a um preto a polícia mata ou dispara 7 tiros. O sistema permite à polícia ser juiz, carrasco e vigilante num só pacote. A um branco de AK ao ombro depois de matar gente num protesto é aceite como “vigilante”. Vigilante de uma América que nunca vai ser grande porque sem mudanças no seu mais profundo ser já se tornou demasiado pequena.
Só há um caminho, o protesto e falar incansavelmente do assunto racismo. Nenhum país será grande se assistir a isto – ao racismo – sem o combater.
E de cada vez que um branco não se levantar para defender um preto – na América, no Brasil, ou em Portugal – quem sabe obrigar a ler Mark Twain e as aventuras de Huckleberry Finn, quando este depois de ajudar a salvar o escravo Jim, procurando fazê-lo escapar e sabendo que as leis o poderiam punir com o inferno (factos) frente ao desafio de ajudar Jim é assertivo na decisão,
“ Pois que seja então! irei para o inferno”.
Não há porta de entrada em nenhum céu redentor se este trabalho não for feito. Como eu não acredito em céu, irei para o inferno e mesmo cansada de repetir vou continuar a mandar calar. Infelizmente há ainda demasiados “Jim’s” por aí.
Por isso agora “calem-se vocês” os que não querem ouvir !
Anabela Ferreira
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