A desertificação deste sítio. (por Dino Barbosa)

Discutiu-se ontem, no Forum TSF, a estabilidade das medidas de apoio à natalidade.

Era suposto o mesmo tema ser discutido na Assembleia da República, mas essa discussão, foi aquilo que os meios de comunicação social veicularam.

Tenho referido insistentemente que a quebra demográfica registada nas últimas décadas equivale a uma hecatombe militar… A que se soma, e não é só agora, uma massiva emigração das camadas mais jovens, mais produtivas e mais instruídas da população.

Evidentemente que o problema não são os incentivos, nem os Portugueses podem continuar a ser educados para deles viver.

O problema não é sequer a lei laboral.

O problema é não ser criminalizado o (ab)uso dos recibos verdes em fraude à lei. O problema é os patrões portugueses serem pulhas de cravo na lapela. O problema é o deficientíssimo funcionamento da Autoridade para as Condições de Trabalho.

O problema é, sobretudo, esse grande mal, os baixos salários e a sobrecarga de impostos sobre o trabalho, que retrai o consumo interno e que também impediu as empresas portuguesas de se expandir; Porque o primeiro passo do crescimento de qualquer empresa é sempre dentro-de-portas.

O problema é este território a que ainda chamamos Portugal, ser um sítio, miserável, onde pessoas tentam viver enquanto outras lhes negam a dignidade. O território inteiro consegue ser pavoroso, mesmo que o cenário seja paradisíaco (Sodoma e Gomorra ficavam também em lugares lindíssimos). Os jovens fogem daqui porque é essa a única demonstração de coragem que lhes é consentida. Em breve só restarão alguns velhos, paupérrimos e abandonados. O Estado está parasitado por funcionários pidescos que promovem a miséria. Se um é diferente, os outros nove, por dever de ofício, fazem-lhe a folha. Através da violência, ou através de outra violência maior.

É então que ocorre lembrar Tomás de Aquino: é licito o uso da violência para evitar violência maior. Mais dia, menos dia, a revolta virá ao de cima. Talvez demasiado violenta, para que lhe possamos chamar revolução. Ou talvez não.

A Acácia do Ténéré foi considerada a árvore mais isolada do mundo, a única num raio de mais de 200 km, na região Ténéré, situada no deserto do Saara, no nordeste do Níger. Esta acácia foi a última sobrevivente de um grupo de árvores existente em tempos em que o deserto era menos seco. A abertura de um poço no inverno de 1938-1939, mostrou que raízes procuravam água a 35 metros da superfície. Foi derrubada em 1973, por um motorista de camião libanês, alcoolizado. Os restos da árvore morta foram depositados no Museu Nacional do Níger e no local original foi colocada uma estrutura de metal, a que alguns chamam “escultura”… O Dr. António Costa gastou quase 90.000 euros num cubículo de três paredes sem tecto, que mandou colocar no Passeio das Naus; E também lhe chamou “escultura”…
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O jornalista Manuel Acácio é isso mesmo: uma solitária Acácia, no desértico panorama jornalístico português… E Portugal é precisamente um deserto de ideias e de valores e proximamente, tudo o indica – porque ninguém o evita – um deserto de pessoas.

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