A extrema-direita e a reconquista europeia,

A história humana – em particular dos últimos quinhentos anos é muito interessante e faz uma espiral sobre si própria. Vou ali à América…No início do século XVII chegavam os primeiros Ingleses a terras Americanas. Chegavam Holandeses, Italianos, Franceses, Irlandeses, Alemães, Russos, Espanhóis, Dinamarqueses, Escoceses…

Expulsos de vários lugares por razões religiosas, ou de outras perseguições e guerras, formavam as primeiras caravanas de migrantes. Expulsaram os Índios das suas terras, mataram, saquearam-lhes as terras. 

Com a importação de mão de obra escrava vinda do continente Africano, construíram uma nação imponente, fizeram uma guerra civil, montaram legislação que separava pessoas por cor-de-pele para não terem de partilhar nada, absolutamente nada, nem terra nem outro – continuando a tradição de bons ladrões –  empreenderam o desenho do capitalismo global, onde as corporações/negócios são mais importantes que as pessoas, tornaram-se uma poderosa máquina de guerra internacional com um único objectivo – dominar e… fazer negócios. Empreendedores Europeus imigrantes ilegais. 

Desenvolveram em grande escala nas universidades a medicina, a tecnologia, a psicologia e a ciência, criaram possibilidades para (quase) todos fazerem o que sonham, enquanto invadiam países, desestabilizam regiões inteiras de maneiras diversas, entre sexo, drogas e guerras, saquearam e criaram mais imigrantes e migrantes que qualquer outro grupo humano. 

Os actuais migrantes em fuga do Médio Oriente (estude-se o Iraque, o Afeganistão, a Síria), de África (estude-se o caso da Líbia), são hoje os bodes-expiatórios. São a consequência directa da desestabilização, invasões e saques, globalização por intermédio de grandes corporações e negócios. 

Hoje temos a Europa (a origem dos Americanos, não esqueçamos), no genuflexório, vassalos obedientes à agenda do suserano. Do dinheiro, dos bannon´s da vida, da lawfare, da corrupção, das off-shores, dos esquemas em pirâmide, todos medrosos do deus todo poderoso americano. 

Quinhentos anos volvidos estamos a perceber a natureza dos tais peregrinos e do deus (deus dinheiro incluído) inventado, deus esse que ensinou – em caso de necessidade como no caso da Escravatura – a arranjar um inimigo, e hoje faz a extrema-direita Europeia gritar sem pestanejar- “queremos os imigrantes fora, são os culpados das nossas desgraças”…

Claro que são…então não se vê logo que são para os que repito, tenham o cérebro embalado em vácuo. 

Quase parece a leitura de Shakespeare em conjunto com Sófocles quando juntos num multiverso escreveram uma tragédia a quatro mãos com todos os ingredientes imaginários – poder, dinheiro, domínio, espiar, trair, ambição, manipulação, comportamento predatório, sexo, ninfas, inveja, ego e claro, crime numa espiral que regressa sempre ao engano do início. 

Anabela Ferreira

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