Então aqui vai o que penso, em vésperas de celebrar a Liberdade.
Sim, mesmo que o mau senso tenha voltado, que os abutres rondem as carnes nossas a apodrecer, que nos roubem do cesto as conquistas de Abril, a liberdade e as independências, mesmo que nos queiram pobres, mesmo que o povo queira paz e pão e só lhe acenem com ostras e brioches sem IVA zero, vale a pena celebrar Abril. Sempre.
É que depois dos 8 filhos da mãe bem sucedidos, os filhos dos orgasmos fingidos são os mais incapacitados para a vida, os que mandam hoje nisto tudo, depois de 49 anos.
Apesar de todos os pesares e retrocessos, com a direita sempre a abater-nos, nós sementes resistimos, renascemos.
Não fosse a liberdade que Salgueiro Maia, Amílcar Cabral, Sita Valles, Titina Silá, Mondlane(entre muitos muitos mais) me ofereceram, e eu não estaria aqui –
a escrever o que penso, com passaporte viajando para onde quero, com direito a voto, a receber um ordenado, com um serviço nacional de saúde, a poder estudar na escola pública, com serviços de apoio judiciário, com o direito ao divórcio entre tantos direitos mais, conquistados a sangue e na frigideira do Tarrafal.
Por todas estas razões e mais umas, é vital nunca mais regressar ao passado de há 49 anos, em Portugal e nas ex colónias do império derrotado (a cada uma delas dediquei uma poesia aqui no meu muro), nem que as vacas comecem a tossir, percam o olfacto e o paladar.
Quem sabe ao ler o que penso, a IA descodifique a mensagem e traga a todos também, melhores orgasmos.
Hei-de defender sempre o direito a melhores orgasmos para que venham melhores filhos da mãe.–
Anabela Ferreira
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