Vou falar de ciência e contribuir para o debate. Há debate não há? O pensamento crítico ainda é uma prerrogativa do ser humano e o meu não entrego a ninguém. Ou como disse Eduardo Galeano, “quero ser eu a escolher o molho com que quero ser comido”. Não vou falar em teorias da conspiração.
Sou prática e como todos os doidos guio-me pelo princípio da ciência: fazer perguntas.
Querem que eu coloque a cabeça na guilhotina para me lavarem os cabelos? Eu questiono “então e para que serve aquela lâmina lá em cima?” E se ela cair? Se não perguntar, quando der por mim, estou no reino dos decepados sem ter visto o pastor nas minhas costas que accionou o engenho.
Eu não conspiro (secretamente tomar medidas ou decisões). Quem conspira para nos comer (a nós ovelhas), são os pastores do rebanho, lançando uns lobos para atrapalhar, despistar e fazer medo. Eles sim. “Eles”, essa entidade duvidosa e cheia de poder. Eu, ovelhita, questiono intenções, razões, e, vou pensar além do que me é mostrado. E quero perceber mais além.
Em quem acreditar quando se sabe tão pouco? Temos os seguidores do sim e os seguidores do não. Da sandália, ou do ramos de oliveira. Pode haver mais?
Façamos como a ciência, “tentativa e erro”. Se não funcionar um caminho, tentamos diferente. Este é o príncipio do uso da máscara tal como do confinamento obrigatório, deixando umas portas abertas, porque é necessário criar também alguma imunidade.
Fazendo um parêntesis, já se sabe que tentar obter resultados diferentes com base nos mesmos princípios não resulta em vacina – ver austeridade, deixar os mercados funcionar sem regulação, grandes empresas que não pagam os devidos impostos e se instalam em paraísos fiscais, ou a corrupção endémica sem erradicação – mantendo-se a miséria endémica.
Para estas medidas, uso de máscara e confinamento, são tantos os médicos, enfermeiros, Phd´s e outros cientistas a defender um lado tanto quanto os que defendem o outro. Tenho ouvido ambos atentamente. Não cientistas do whatsapp, mas dos verdadeiros, que os há. Não um Presidente – anátema e axioma dos dogmas do mundo de negócios em que o globo se tornou – nem o seu homónimo tropical, mas antes, os não vendidos e se os há.
Incluindo médicos “whistleblowers” que são os Assange, os Snowden, os Manning ou os Rui Pinto do sistema doente, viciado e apodrecido que é o Império mercantilista desta era.
Vi um boneco sobre a utilidade do uso da máscara comparando-a a calças, uma protecção para não se molhar ninguém em caso de aperto urinário. A calça protege. Também comparo a máscara à segurança de preservativo. Razões de protecção da saúde. Tem lógica, bom senso e resultados comprovados na não propagação de DST ou do HIV.
Hoje venho falar do lado contrário, pegando nas palavras destes homens e mulheres da ciência, usando também a lógica e o bom senso que a maioria de nós temos.
Para gozarmos de boa saúde precisamos fundamentalmente de respirar oxigénio de qualidade. Na troca que o sangue faz nos pulmões entre estes dois elementos existentes na natureza da qual fazemos parte, acontece o simples milagre da vida. Este é um postulado inegável.
Não será que esta troca fica logo à partida comprometida quando não se inspira senão o dióxido de carbono expirado e não renovado pelo oxigénio? Como ficam os pulmões? Frágeis e sob risco de ataque por um vírus desconhecido?
Não temos no nosso corpo vírus e bactérias que nos defendem? Osnossos ninjas internos. E se estes não recebem as trocas que necessitam para fazerem o seu papel?
Não dizemos às nossas crianças “vão brincar na terra, sujem-se, apanhem micróbios para ficarem com sistemas imunitários fortes?” Com máscaras e luvas como manteremos esta capacidade de criar imunidade, se andarmos tão esterilizados por fora?
Obedecer parece ser razoável, em lugar de ficarmos a observar a ciência de Darwin comprovar-se. Porém a vida vai ter de voltar a acontecer, com os sobreviventes e não se sabe se a máscara é a ideia eficaz porque faltam ainda provas científicas de que o seu uso faça mais bem que mal.
Na falta de ideias melhores, decreta-se o uso obrigatório. Países como Macau, Taiwan, Tailândia, Singapura evidenciam o uso da máscara como objectivamente eficaz contra a transmissão.
Mas os outros médicos falam do mal para o sistema imunitário e para os pulmões pelas razões expostas.
Repito a questão que me fez escrever este texto? E o sistema imunitário de cada um é de facto ajudado?
Transpondo a questão para o plano económico, social e mental de cada um, qual a medida a tomar? Protegendo-se o colectivo, protegemo-nos a nós próprios? Retirar do isolamento oferecerá alguma imunidade ao grupo? A que custos?
E a nossa liberdade onde fica? Inspiramos, escondemos e calamos?
Ninguém tem respostas definitivas. Tentativa e erro, diz a Ciência.A perguntar deveríamos nós estar constantemente como forma de amperagem da ciência.
Usarei uma máscara nos espaços fechados, medida sensata e andarei a descoberto, identificável em espaços abertos. Não serei polícia nem dedo acusatório de ninguém, mas levantarei questões e duvidarei sempre do que quer que venha do sistema oficial, viciado e corrupto que é por definição. Ouvirei também as teorias dos outros lados da conspiração.
E tenho uma esperança activa. Que ao longo deste experimento connosco como cobaias, nunca se deixem interditar parques, praias e todos os lugares da natureza onde os pulmões possam fazer a troca de que necessitam,onde possamos levar os nossos idosos e crianças, ou irei presa por desobediência e acreditarei que há conspirações para me tornarem de novo uma escrava subserviente, contra a própria natureza dos humanos.
Se esse dia chegar vou pensar que é Carnaval. Ruirá o Império, porque a maioria das ovelhas de Hong-Kong ao Chile passando por Paris e Londres, que apenas quer viver decentemente, deixará de ter medo do lobo, não quererá ser comida pelo pastor e preferirá a resistência na Ágora, fazendo trocas puras, beijando-se na boca, criando imunidade, sem qualquer máscara.
Anabela Ferreira
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