A propósito das “tracking poll” enganadoras (por Telmo Vaz Pereira)

transferirComeçou assim (imagem acima) a 21 de Setembro: «A projecção das intenções de voto, distribuindo um número relativamente elevado de indecisos (18,5%), foi realizada com base na “média do comportamento eleitoral dos portugueses” em eleições passadas [!!!]. É essa projecção que revela a coligação PSD/CDS com 40,1% das intenções de voto, 3 pontos percentuais à frente do PS, que convence 37,1% dos 753 inquiridos.»

unnamedE só podia continuar assim, neste dia 22 de Setembro (imagem abaixo). Os promotores desta e de outras «tracking poll» e um ou outro comentador, para se protegerem, fartam-se de dizer que, neste tipo de sondagens, o que conta não são tanto os resultados mas a visualização das tendências ao longo dos dias [!!!]. Mas todos eles sabem tão bem como eu que o que fica é o impacto dos títulos sobre os resultados e não as suas notas de rodapé !

unnamed (1)Especialistas em sondagens, comentadores e jornalistas passam por isto como cão por vinha vindimada, nem olham à volta para ver se alguém os topa. E, aproveitam para lançar novas sondagens, com o despudor de quem finge não saber que elas, não reflectem realidade nenhuma, apenas pretendem induzir em erro, manipular, e condicionar a escolha de voto das pessoas, tal é a aflição da ultra direita que bem paga aos directores/editores de jornais para fabricarem isso.

É a tentativa desesperada de salvar a derrota desta famigerada corja da ultra direita que inevitavelmente vai para o caixote do lixo no dia 4. O objectivo das “tracking poll” e/ou sondagens nestas circunstâncias não é mostrar realidade nenhuma… O objectivo das sondagens é intoxicar e tentar manipular e condicionar o voto! As ditas “tracking poll” diárias têm o propósito de lançar confusão, e assentam na desonestidade da desinformação na medida em que: a) não têm em conta a abstenção e b) o número (quase metade) das pessoas que não respondem ou não sabem (indecisos).

O mesmo truque foi usado nas últimas eleições britânicas em Maio. Afinal, onde estavam as eleições inglesas renhidas como nunca, os empates técnicos, como anunciavam diariamente as sondagens e a comunicação social britânica? Não estavam! Nunca estiveram! Foi tudo uma grande aldrabice para condicionar e criar algum interesse onde sabiam não existir interesse algum.

Também na Grécia, e durante semanas antes das eleições de Domingo passado, 20, os jornais e TVs massacraram diariamente com o empate técnico entre o Syriza e a Nova Democracia (ND), e o que se verificou foi uma vitória retumbante do partido de Alexis Tsipras com uma distância muito confortável, com o Syriza a obter 37,3% dos votos e a ND apenas 26,8%. Empate técnico? Na Grécia, note-se, também os meios de comunicação social estão nas mãos dos oligarcas que, tal como se verifica em Portugal, tudo fizeram para manipular os eleitores.

As sondagens e a comunicação social confirmaram-se como os maiores meios de intoxicação e manipuladores da realidade, e em Portugal não fogem à regra.

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