A Santa Casa Romana das Apostas (nos Negócios).

A Santa Casa Romana das Apostas (nos Negócios).

Uma jornada pela penumbra da seita

Cada um acredite no que lhe faz bem. Este é o meu respeito. A fé não entra nesta história.

Esta é a história de homens que fingem ser de fé. Contam-se uns bons lá pelo meio que não envergonham Cristo nem Deus.

Não deixo de criticar nem de levantar véus, batinas e histórias.

No que diz respeito à Igreja Católica de Roma a sua história de crimes, negócios e encobrimentos é uma outra história.

Vou contar apenas uma fatia de um bolo com dois mil e vinte e três anos, feita por e para homens doentes, com uma forma de poder absoluto e autoritário.

O conluio com fascistas ter sido sempre uma relação de “conchinha”, que eles fazem por se esquecer e querem-nos fazer esquecer, nós não podemos esquecer.

Repito, pelo meio há uns bons, claro.

Os bons, os feios, os porcos e os maus, são feitos da mesma massa que os leigos, os agnósticos, os ateus, os de outras religiões.

Mas há uns feios, porcos e maus que são isso mesmo e só.

Num Estado, a Igreja (nenhuma) deveria meter o bedelho.

Por escolha, a Constituição Portuguesa tem essa norma. Como Estado somos laicos. E bem.

Como humanidade somos diversos e temos que ter o livre-arbítrio para escolher a fé e a religião que quisermos.

No entanto, a Igreja Católica goza de privilégios. Sempre se meteu nos assuntos do Estado Português, desde a sua criação. Dos Papas, continuando hierarquia abaixo.

Tem milhões de seguidores, além de ser na sua matriz por vocação, uma empresa para negócios com lucros.

Estes combatidos pela figura histórica de Cristo, na qual se assentou a Igreja (da qual ainda hoje se discute a existência).

Terá sido apenas um homem bom, sábio e revolucionário de quem outros homens se aproveitaram para com ele fazer negócio?

Quem sabe a resposta? Eu ajudo a procurar.

Converter uma ideia e uma forma de vida ideal (“amai-vos uns ao outros”) num potencial negócio? O aproveitamento teve lugar, é real e aconteceu.

Da catequização à conversão, à conquista do poder e riqueza que reside nos milhões de seguidores.

O quartel-general do conceito de “influencers”.

E os abusos que faz do nome usado para a fundar. É essa Igreja que eu desprezo. Não a fé.

A Santa Casa Romana das Apostas nos Negócios.

Vamos à história?

Foi sob a batuta do ditador Mussolini (1929) que o Estado foi criado.

Numa colina de nome Vaticano, cercada pela cidade de Roma, recebeu no tratado de Latrão – ou da Santa-Sé de Roma, o estatuto de Estado.

O Estado do Vaticano passava assim a ter participação e relevância política no Estado (Questão de Roma). Tinha início o mais pequeno (quarenta e quatro hectares) e mais rico Estado do mundo – multiplicando riqueza, influência e terra, espalhadas pelo mundo.

Donos e senhores do seu governo. Com poder para governar e imiscuir-se no governo dos Estados.

Imagine-se o poder absoluto nas mãos de homens cuja génese é a corrupção! Claro, quase me esquecia, e espalhar a fé…

Foi o fim da separação entre Estado e Igreja. A Santa-Sé que sempre esteve na cama com o poder, entre Monarcas e Republicanos e Direita Conservadora, não deixou o seu crédito por mãos alheias.

É neste pequena história cozinhada que vou apurar – polvo à siciliana.

A receita vem do crédito e da corrupção que passa por muito dinheiro envolvido no escândalo do Banco Ambrosiano (o Banco privado cujo maior investidor era a IOR (Instituto das Obras Religiosas da Santa-Sé – o Banco do Vaticano), naquela que chamei sempre a Fé no Espírito dos Negócios Santos.

Foi este o negócio e consequente falência fraudulenta do Ambrosiano (o banco usado para lavagem de dinheiro, evasão fiscal, roubos, criação de empresas fictícias) e a consequente morte por assassinato de Roberto Calvi (julga-se hoje com novas provas), seu administrador e grande amigo do arcebispo Marcinkus, director da IOR, que financiava e respaldava dinheiro da Cia e da Loja Maçónica P2 (Loja da qual fazia parte toda a hierarquia cimeira da Igreja, cujo Grão-Mestre era o financiador e fascista Licio Gelli), em negócios com a Máfia (Cosa Nostra) e dando apoio ao sindicato Polaco “Solidariedade”. Hum…Um intrincado e complexo guião.

Não é imaginação de um escritor, nem teorias da conspiração, são factos e julgamentos em tribunal, com condenações. Se há histórias sumarentas recheadas de negócios, imaginárias e reais, desde os Cruzados aos Templários, esta, contemporânea, não lhe fica atrás em polpa e sumo.

A sinopse é simples- um banco privado, apoiado pela IOR, para fuga de impostos, corrupção, negócios ilicítos e gamanço puro e duro.

A IOR era a cama de negócios dos Maçons da Igreja, de mafiosos e políticos.

Vivi-a de perto – sem na altura saber quanto – por estar ligada a um fio de uma história paralela, mas directa (quando vivi em Roma bem perto do Vaticano em Porta Portese, a Trastevere), pouco tempo depois da prisão e fuga de uns quantos envolvidos no caso, do assassinato de outros e da dissolução da loja Maçónica P2, da Igreja, quando a história acontece nos anos oitenta.

Ainda corri uns riscos dos quais me safei e aqui estou a contar uma pequena ponta da história.

Foi rodeado deste ninho de víboras, psicopatas e corruptos que o Bispo de Roma Luciani foi eleito – escolhendo o nome João Paulo I – morrendo de “ataque cardíaco” três meses depois de iniciar o Pontificado… Hum…

Se a Netflix quer um roteiro baseado numa história verídica melhor que o Padrinho e o Polvo juntos pegue neste guião.

Tudo isto é história, está explicada exaustivamente em livros, vídeos e documentários. A relevância para os dias de hoje? É que a Igreja abafa o que pode e não pode. E branqueia-se em permanência.

Agora que o seu representante vem a Lisboa com dinheiros públicos envolvidos, negócios privados e faz parar tudo à sua volta, a história cabe num pequeno espaço de uma agnóstica que conta histórias e detesta padres no geral. Eu. Sobretudo detesto a hipocrisia que me vendem como fé.

Além do mais esse dinheiro vem sempre de algum lugar. Convém saber. Que os beatos não o queiram, não é problema meu.

A Igreja é feita de um tecido de acordos, mentiras e negócios.

De esconder a homossexualidade dentro de casa, de esconder e branquear crimes de abusos sexuais a crianças nas Instituições da Igreja, na figura dos seus padres, aqueles que deveriam ser os guardiães das mesmas, referência principal e essencial nas vidas dessas crianças.

Com alguns dos que falam e expõem a casa, cometem ainda outras vinganças sob formas criminosas.

Ao rasgar uma imagem do Papa Polaco João Paulo II, Sinéad O´ Connor sabe que se colocou na fogueira para arder. E ardeu. A Igreja vive da sua imagem. Com ela não se brinca.

Desde a fundação da Igreja de Pedro que o que a move são os negócios. A fé é para “inglês ver”.

Exoneração de responsabilidade:

Esta é a minha opinião. Não vale a pena alguém vir disputá-la. Não entrarei em contendas. Nada aqui é relatado por ouvir dizer. Nem discute a fé. Factos e história e conclusões pessoais não são fé.

Respeito opiniões, estou a apresentar a minha com base em estudos e vivências.

Ninguém precisa concordar.

Não faço catecismo nem evangelização, querendo impor mudança de fé, como por exemplo fez a Igreja Católica aos meus antepassados (além das mulheres que queimou), nos territórios encontrados pelos Navegadores, conquistados e evangelizados à força, por terras d´África, destruindo, matando e castigando quem seguia outra fé.

Aqui contam-se essas histórias que vêem a propósito da Jornada da Juventude Católica.

A Igreja não se apresentou com boas intenções nesses lugares. Tinha uma missão, custasse o que custasse. Nem que custassem vidas humanas.

Porque sei o quanto a fé mexe nas entranhas, toldando o conhecimento dos factos da história, não acreditem no que escrevo.

Investiguem e estudem a participação na imposição da Escravatura com a Bula Papal “Dum Diversas” e nos lucros obtidos com este negócio, por homens de saias e cruz ao peito, em nome da fé…

Está nas mãos da Igreja sangue dos meus bisavós, o dinheiro sujo e branqueado vindo de Crimes contra a Humanidade – como a Escravatura.

Das navegações, passando pelas conquistas, de Cruzadas aos Templários, da Maçonaria, à Opus Dei, incluindo o negócio da pedofilia, falamos de poder, negócios, lucros, corrupção, junto das saias vestidas exclusivamente por homens, que estão activamente sentadas a cobrar o seu quinhão nos lucros.

Cristo observa os homens a partir da cruz onde os homens o colocaram e em seu nome fundaram uma seita.

O seu pai, omnipotente e omnipresente por todas as latitudes e geografias abana a cabeça enquanto pensa:

-“estes filhos de uma Maria…”

Sabemos que o Vaticano usa mentiras, meias verdades e o melhor marketing para vender, clarear, tonificar, branquear e aperfeiçoar a sua imagem, ao melhor estilo das agências de publicidade.

Se alguém não sabe, por favor vá estudar.

A fé é um negócio e uma coisa. A Igreja é outra coisa e outro negócio. Não confundamos.

Vê-se no presente com os golpes da simpatia, em algumas quebras nas regras eclesiásticas e dogmas da Santa Casa de Roma, na figura do seu Bispo maior, o inteligente e perspicaz Papa Francisco – cujo nome escolhido segue a tradição da vida sem ostentação, na pobreza e na simplicidade dos padres Jesuítas, porém a sua ligação com fascistas da América Latina não está ainda bem revelada. Dentro da Igreja tem tanto de seguidores quanto de detractores. Muitos segredos e encobrimentos.

Uma das maiores operações de cosmética a que assisto em vida e mais bem levadas a cabo em termos de marketing acontece na sua era.

Até eu simpatizo com Bergoglio como simpatizei com Luciani.

Mais com o segundo. Cheguei a pensar que este último conseguisse limpar a Igreja. Só durou três singelos meses. A Igreja continua…

Diz muito.

Não duvido da boa fé de Francisco, contudo há muitos crimes por explicar e pelos quais responder. Desaparecimentos, mortes, dinheiro sujo, pedofilia entre os mais sérios.

É só puxar um fio da camisola e começar a fazer perguntas. Eu começaria aqui em Portugal a perguntar sobre o paradeiro e os crimes de que é acusado o prémio Nobel da Paz, Dom Ximenes Belo. Quanto silêncio que nos ensurdece!

Mais um argumento baseado em factos, para a netflix, quando a realidade supera a ficção, não é assim que dizem?

É a esta Igreja que um Estado laico isenta de impostos, à qual o mesmo falido e pobre Estado Português (através dos nossos representantes) ajuda e paga uma ocorrência que acontece por vários lugares do mundo, com vista a grandes negócios, que geram lucros astronómicos, sobretudo a privados.

A CML financia, o Estado laico e de tanga financia, porém gera imensos lucros que ficam no país. Mas quem beneficia mesmo?

E a imagem? Essa fica como o retrato da Marilyn de saia godé levantada no bueiro do metro. O máximo!

Lisboa, no centro do mundo, abençoada pelo Papa, o representante de Deus na terra.

Nós os irmãos, representantes do Estado, pagamos. Amém.

Se isto não é política, em bom, venha o diabo e Maquiavel dizer-me o que é.

Nem Salazar com Cerejeira (o queijo com goiabada do fascismo), nas escadarias do santuário de Fátima ficariam tão bem no retrato.

Vou-me lembrar das razões de Sinéad para rasgar uma imagem da Igreja, com um poema (todos conhecemos histórias de escândalos da Pedofilia dentro das Instituições Irlandesas entregues à Igreja Católica de Roma. E quem diz a Irlanda diz quase todos os cantos do mundo).

Eu faço uma poesia

sobre hipocrisia

para as vítimas do crime mais hediondo,

do qual a Igreja Católica recebe a maior fatia

numa corôa de louro

– a pedofilia.

A Igreja deveria ser o refúgio, o santuário,

dos que buscam paz no espírito,

alimento, conforto

sejam pobres, zés-de-ninguém esquecidos,

doentes na mente e no corpo

ou na vida perdidos,

ou crianças abandonadas,

orfãs de pais e sorte

quando no lugar desse lugar

ó surpresa! quanta pouca fortuna,

quanta pouca sorte

encontram a morte

da alma

ao serem usadas para gratificação sexual,

violadas

cobertas de chagas

com a inocência

roubada

por homens de saias

que escondem pecados

quero perguntar

à casa onde laicismo e ciência

não têm lugar:

– quantos dos jovens presentes na oração de fé

na jornada da sua juventude

na missa celebrada pelo santo que é padre

e na terra, a voz de Deus,

junto do seu filho

Cristo,

em confidência

e confissão

no escuro de uma oração em segredo

não pedirão a Deus que perdoe

o padre que dele ou dela abusou

porque a sua criança ferida

por ser humana,

não consegue perdoar

a desgraça que o padre causou

os destroços nos quais se tornou

encoberto pela Santa Igreja.

Já deixei amigos para trás porque como não concordam comigo vieram insultar-me. É mais fácil ver as histórias como insultos meus, que como aquilo que são – as acções nefastas da Igreja.

Chamo a esses ex-amigos os Torquemadas do Santo Ofício contemporâneo.

Fiquem nas vossas casas e pensem como entenderem. Não me meto nas vossas vidas, não se metam nas histórias que conto (nem se preocupem com as minhas opiniões – eu sou irrelevante), porém os factos são da inteira responsabilidade da Igreja e fruto das suas acções.

Fim da exoneração da responsabilidade pessoal.–

Anabela Ferreira

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