Algo está podre no reino dos negócios privados com a governação pública.
Andam a estraçalhar o Sócrates como cães raivosos. É minha percepção de que há culpas e responsabilidades de sobra. Não gosto dele, deve ser mais um dos deslumbrados com o dinheiro e poder. Nada que não tenhamos já lido e visto noutras novelas. Mas não posso julgar o que é do foro dos que sabem de leis: os tribunais e a justiça. Que nos dias de hoje não é cega nem equilibrada. Aliás por estar de olhos tapados tem dado grandes trambolhões a pontos de nela desacreditarmos. Dito isto, digo que também não gosto dos que têm passado e estão no PSD, no CDS e no PS. Mas não me permito fazer justiça pelas próprias palavras. O ónus da prova cabe fazer-se na casa da mulher com a balança.
Considero o canibalismo público para desfazer a vida de alguém um processo do tempo de ditaduras. E eu também não gosto de totalitarismos. Dirão “mas esta afinal?…”Afinal fui educada para conseguir ter uma vida melhor que a dos meus avós e fazer algo para todos termos as mesmas oportunidades. No entanto, temos este sistema indigno que favorece apenas elites e que fomenta a corrupção. E que nos diz que não há alternativa ao sistema, e que os excluídos das elites não são nada nem ninguém. Esta é uma violenta mentira. Somos a mulher que apanha de um homem violento que nos diz que não temos saída senão aguentar, levar e calar. E sim há sempre saída.
Feitas as contas não é apenas Sócrates que está em jogo mas tantos que à justiça escaparam, escapam e viajam na bagagem da impunidade. Contra a mentira repito…os governos sucessivos são sucursais das corporações a fazerem negócios, da pequena à grande corrupção, e, os políticos dos diversos partidos os seus “ceo´s”.
Que não venham o PSD/CDS fazer-se de virgens ofendidas porque neste lupanare todos são clientes, junto com o PS. E repito tenho um não gostar de nenhum que me vem das vísceras. Espero mesmo que o PS não volte a ter maioria absoluta nem nenhum partido que disputa a primeira liga.O controlo absoluto do poder leva à corrupção absoluta. Basta olhar para a história do PSD com Cavaco Silva e seus acólitos.
Sacrificar um boi aos Deuses faz parte da patranha do actual “homem violento” que nos acossa, para que se descarregue ódio e se faça direccionar a atenção para fora do problema. O problema, repito, é o facto de governos sucessivos serem sucursais das corporações a fazerem negócios e os políticos os seus “ceo´s”.
Prostitutas são todos os que beneficiam e chulos todos os que se aproveitam. Não há santos no meio de tantos pecadores na cama pública. No pós 25 de Abril de 1974, o espírito santo aglutinador dos conglomerados, o pai e a mãe, chama-se Ricardo Salgado. O guardador de segredos. O fazedor de favores. A prostituta e o chulo. O Rei e a Rainha no xadrez com peões de brega. A Madame do lupanare. Se há um boi a sacrificar, comece-se por ele. Todos os políticos que passaram e tiraram uma lasquinha da sua hóstia são as prostitutas de luxo. Quando olho para o país recordo-me sempre da novela com o Bataclan e os coronéis. Ou de tragédias de Shakespeare.
Esperanço-me que um dia a justiça seja justa e abra a caixa de Pandora das teias de interesses e mande para celas de lupanares chulos e prostitutas. E o material do roubo devolvido ao peão. Porque para já, quando chegarem as eleições, vamos apenas votar nos ceo´s do “business as usual”. Mas como para todas as tragédias humanas da história com h maiúsculo o dia da catarse chegará para todos estes tristes personagens.
Anabela Ferreira
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