Antes morrer de frio que ter-vos como agasalho.

Os comunistas comiam criancinhas ao pequeno-almoço. Os neo-liberais selvagens comem-nos todas as refeições, tornam-nos mesquinhos e divididos. Mais, ficamos todos transparentes.

Agora como egoístas ao matabicho. Aqueles que me insultam porque tenho intolerância para com os intolerantes, para com os racistas, ou para com os que apenas olham para si e gostariam de em cada esquina ter um Salazar.

Aqueles egoístas cujo mundo se resume às suas casas, incapazes de ler à sua volta numa escala larga. São suficientemente pequenos para não entender que estão a ser comidos na mesa farta dos “poderosos”. 

São tão egoístas e tão pouco dotados de instrumentos cognitivos que não vêem a família de filhos que têm à mesa, dos quais só uns comem as migalhas da refeição enquanto outros são deixados a morrer.

São aqueles que foram atacados por falhas de memória sobre quem são e de onde vêem. Lá desse lugar longínquo chamado África quando evoluíram para andar em duas patas, se tornaram sapiens e vingaram como migrantes pelo planeta.

Nem sofrem de compaixão, nem empatia. Sofrem sim de ignorância. Já diz o poema, quando os vierem buscar – de tanto defender quem os come – não haverá ninguém para os resgatar.   

Os que andam a destruir – sabendo o que fazem – são os verdadeiros responsáveis. Estão a ganhar por muitos zeros nas bolas. Há teorias para todos os gostos sobre as forças poderosas dos predadores que se movimentam na sombra, na escuridão, para continuar a praticar a ruína da vida no planeta. 

Pedofilia em meios poderosos, tráfico humano, homossexualidade na Igreja Católica, prostituição, tráfico de órgãos, rituais satânicos, cultos sexuais e predatórios, estudos sobre adn e genoma humano sem escrutínio público, estudos científicos sem transparência, como os realizados por Mengele nos campos nazis, desvio de aquíferos de comunidades, devastação de matas, tráfico de armas, drogas, marfim, o leque é tão vasto que não chega um planeta para descrever.

Viver com armas de destruição massiva apontadas à vida, tem sido o maior descaramento da aventura desta era, onde tudo acontece e muda mais rápido que um jacto a cruzar a barreira de som.

São elas a ignorância – que dá origem à iliteracia – a imbecilidade, o medo, a pequenez e a estupidez natural sobre a qual ainda não há estudos científicos suficientes e que levam a que estes pequenos egoístas pensem apenas com a cabeça fechada.

O regresso ao fascismo e ao racismo são consequências do projecto de 1% de filhos de puta a quem ainda não conseguimos fazer o “impeachment” deste bordel. A escumalha que recebeu a benevolente designação de “elite” tem um projecto sério. A de regressar à banalização do mal, já se encontrando transparente nas suas vestes.

No entanto – como grito de esperança – ainda que em proporção diminuída levantam-se alguns adormecidos, despertam os que lavam a cara e passam a mão na cabeça para acordar. 

Aqueles que sabem que não podem nem pactuar menos ainda silenciar as injustiças.

Já não há crime que as putas pratiquem no bordel que não seja destapado. Esta é a maravilha desta era. 

Não se combate a corrupção, não se consegue limpar a Europa – ou o restante mundo – o dinheiro e a sua lavagem estão escondidos na mala das impunidades, viajam no megafone da escória que nos dá ordens, porém mostrando o rabo. 

Nós percebemos, vemos, não apenas as suas acções mas também as suas intenções. 

Não há políticos, deputados, ministros, juízes, polícias, jornalistas, directores de SAD´s, banqueiros, gestores, homens de negócios, eclesiásticos, que pratiquem crimes e não sejam descobertos. 

Todos aqueles que andaram escondidos, que nem às paredes confessavam os seus podres são expostos e despem os seus maléficos pensamentos dando-lhes a luz de um dia podre. Sim o mundo vive em guerra fingindo a paz que está podre. 

Esta é a era do destapamento das fossas. De conhecimento da sordidez do ser humano à transparência. A era da liberalização da pequenez.

Uns engolem as sobras e calam-se. Outros protegem os poderosos com medo. Muitos – que nada têm – aceitam e insultam quem se lhes opõe. 

Em lugar de combaterem quem lhes come as refeições, querem matar o criado que serve à mesa.

Apesar de muitos ignorantes e inconscientes, divididos e cheios de ódio, uma larga minoria de escravos do quilombo prefere morrer de frio a cobrir-se com esses agasalhos. 

Chegar bem perto da neblina tem esse poder. Trazer ao de cima a percepção sobre a densa cortina. Destapando-a.  

Boa continuação de egoísmos até que Noé faça a selecção natural apenas de animais para levar consigo na Arca, prosseguindo a vida algures enquanto nós outros desaparecemos. 

Anabela Ferreira

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