Demorou mas felizmente, ainda a tempo, descobrimos qual a verdadeira vocação de António José Seguro. Mais importante que nós descobrirmos é o facto do próprio Seguro ter descoberto essa vocação, como se costuma dizer mais vale tarde que nunca.
Durante bastante tempo António José Seguro alimentou a esperança de que a sua vocação seria a de ser um líder da oposição. Nunca conseguiu ter “voz grossa” para isso, era aliás muito delicado, lá ia dizendo “ai que maldade, isso não pode ser assim, são uns malandros” mas não passava desse registo, nem vencia, nem convencia.
Tentou chamar a si a vitoria nas autárquicas em especial em algumas autarquias mas mais uma vez bateu de frente contra a parede, ninguém lhe ligou nem o levaram a serio. Mais tarde quis convencer os Portugueses em geral e os socialistas em particular que tinha tido uma estrondosa vitoria nas eleições para o parlamento europeu.
Não foi uma vitoria estrondosa, antes pelo contrario, atendendo à conjuntura nacional foi um péssimo resultado, salvo o devido exagero, um dos piores resultados já obtido.
Neste ultimo caso já era de desconfiar que a vocação de Seguro não era decididamente a de ser líder da oposição e, por maioria de razão, muito menos a de vir a ser primeiro ministro. Já todos sabiam isso menos o próprio que se agarrou com unhas e dentes a essa fracassada ideia.
Temos de reconhecer que Seguro não olha a meios para atingir fins, prova disso a “fantástica” ideia de inventar umas eleições primárias para escolher o candidato do partido socialista a primeiro ministro. Abriu a Caixa de Pandora, para os socialista estas eleições podem servir para escolher o melhor candidato, mas permitem que os não socialistas escolham o pior candidato.
Inscreveram-se para as eleições primarias do partido socialista cerca de 145000 votantes, quantos desses serão do PSD, quantos serão do CDS, quantos serão da CDU e quantos serão do…. quanto serão do… do… do BE (irra, o teclado até gaguejou para escrever este).
No dia 12 de Setembro, António José Seguro lançou um vídeo onde revela de forma clara e inequívoca a sua vocação… Florista!
O Tó Zé Florista, mostra calmamente (“qual é a pressa”) como se planta uma flor, como se rega, com se trata dela e por fim como se colhe. Cometeu um erro, seguiu a sua regra do “qual é a pressa” e esqueceu-se que filmando todo o processo de crescimento da flor, quando ela estivesse pronta para ser colhida o apelo que queria fazer já vinha tarde. Publicou o vídeo a apelar à inscrição nas primárias no dia em que as inscrições encerraram. O que se pode esperar dum líder destes?
O vídeo do Tó Zé Florista é claramente um ataque a António Costa. O Tó Zé Florista quer dar a entender, com a sua habitual postura de Calimero, ter andado a fazer crescer a flor e depois, it’s an injustice it is, outro a vem colher.
Ressalvo no entanto que o vídeo do Tó Zé Florista não é de todo uma desonestidade, podemos até assumir que foi bastante honesto. O Tó Zé Florista assume que andou a semear cravos, esqueceu-se que a sua missão, se queria continuar a ser o líder do partido socialista e candidato deste a primeiro ministro, seria semear e fazer crescer rosas, mas isso dá trabalho e até tem espinhos. Uma maçada!
Já temos um Calimero no governo, alguém estaria interessado em ter outro? Com a agravante que este outro nem sabe o raio das flores que tem de plantar!
Ao Tó Zé Florista um sincero desejo e votos de sucesso nesta sua nova actividade, esperando que tenha nesta mais habilidade e competência que na anterior.
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