Ao Concidadão Pedro Mexia, ilustre opinador na Actual/Expresso
Leio-o, arquivo a maioria dos seus textos, aprendo bastante com eles, identifico-me bastante com muitos autores que refere,e que transportam alguma da desilusão pela humanidade de que ouso dizer que comungamos. De facto muitas pessoas são infames.
Quanto à sua opção ideológica ou geográfica de ser/estar do 24 de Abril, (a)direi que sou do 25 de Abril e do PREC. Era, então,um tenente com 25 anos de idade, na Escola Pratica de Artilharia, em Vendas Novas. Andei nos movimentos sociais alentejanos e no lançamento da reforma agrária. Fizeram-se coisas muito belas e algumas asneiras por falta de regulação e autoridade do Estado, como já dizia em 75, e também não quis, nem quero ditaduras de espécie nenhuma, por isto, me mantenho no 25/26 de Abril. Não havendo nenhuma ditadura boa, a demo-ditadura actual de muito poucos contra 6 milhões de portugueses é também inaceitável.
Também sou filho de uma família conservadora e religiosa,como a maioria dos portugueses nascidos no 24, com a diferença que não era burguesa, pelo que, me foi mais fácil libertar do regime de ódio dos burgueses aos mais pobres. Quando se faz parte deste grupo compreende-se a razão do rancor que as opressões podem provocar nas pessoas escravizadas.
Ser do 25 de Abril é uma questão civilizacional,de humanidade e moralidade, sem mitologias, enquanto o fascismo, o salazarismo são crimes brutais,e, no nosso caso,um crime quase irreversível contra Portugal, os Portugueses,os Africanos e a humanidade, em geral, como os factos o libelam, ponto.O salazarismo, os fascismos, as ditaduras, nomeadamente a chinesa, a norte-coreana, além de puras expressões da mais assassina psicopatologia individual e social, são regimes de bestialização.
Talvez se um dia conhecer o sonho da juventude do 25 de Abril, entre no 25 de Abril, por ser uma das melhores portas portuguesas para a humanização do homem egocêntrico, e, assim, possa ajudar esses poucos a falarem desse Abril e a recuperá-lo, porque o Abril que sonhei não é o comercializado nos supermercados da conveniência, da fraude e do embuste.
Agradeço-lhe que continue a escrever sobre sábios, e faço votos para que navegue até encontrar a alma clara de Abril.
Saudações de Abril- Futuro
andrade da silva
(a) não no sentido da prática anti-democrática, mas sim, mais pelas memórias vivências e fatalidade cronológica, como o próprio esclareceu, não estamos perante um homem do 24 Abril, no sentido de ser inimigo da democracia. Estamos perante um cidadão com alguma amargura e um sentimento complexo, que convido a fazer a viagem libertadora real ou imaginada, em termos da geografia da politica portuguesa que quiçá não fez. Isto é estará na fronteira, à porta do 25 de Abril genuíno que não encontra, mas esse também eu, não.Terá mesmo existido generalizadamente, ou de facto o que mais houve e há é 24 de Abril, infâmia?
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