Cabral ka more!

Cabral é grito de Independência e Liberdade ki uni mundo. O guerrilheiro, herói completo. Não se vendeu, não se sujou, de moral inatacável. Cabral é sonho de um dia, ainda hoje, viver o sonho Africano sem amarras

Mataram fisicamente Amílcar Cabral não mataram o pensamento de Cabral. A 20 de Janeiro de 1973.

A morte mais fácil de acontecer acontece quando remamos contra a maré. Amílcar Cabral sonhou a maré, pensou e materializou uma independência e a formação de uma nação africana. Com a luta de Cabral começou Abril. Não viu as suas terras independentes porque o mataram. Mas nem por isso mataram as independências da Guiné-Bissau e de Cabo-Verde. Não mais são colónias. O presente e o futuro pertence-lhes. Esse era o sonho de Cabral.

Em Portugal pensava-se em Império, em obediência e subserviência ao regime, em colónias. Portugal estendia-se no Ultramar e não iria perder as “suas terras” para a Liberdade e Independência. Nem pensar! Vivemos o final do Império, com muito sangue derramado porque uns homens teimosos e sem visão preferiram a guerra com os irmãos, entre irmãos.

Mataram Cabral por diversas vezes, não apenas o seu corpo mas o seu pensamento, o seu legado, ao remarem contra a maré.

Contudo Amílcar deixou sementes profundamente enraizadas e conhecimentos que não se perdem – a maré não morre, segue o seu caminho.

“Na luta anti- colonialista o colonizado liberta o colonizador ( foi o que nos deixou como pensamento) – é por isso que eu luto, para que deixem de amarrar as pessoas.”

Pensou sem amarras, colocando os interesses do colectivo, dos seus povos em particular, e dos povos Africanos no geral.

Sabia que África podia fazer um caminho diferente. África tem filhos capazes de pensar por si, sem amarras e fazer o desenvolvimento à sua maneira, sem a prisão imposta pelo colonizador. E usar o ditado “Em África sê africano”.

Esse foi o melhor ensinamento que nos deixou. África foi destituída do seu próprio pensamento. Foi amarrada durante os cinco séculos de colonialismo. Libertou-se há apenas cinquenta anos, os seus líderes, na grande maioria continuam sem pensamento livre.

Há muitos Europeus – ex – colonizadores – que pagam bem para que os africanos não sejam livres, mantendo-os acorrentados no pensamento, corrompendo-os.

É necessário desamarrar tudo. África, os Africanos e o pensamento. Esse é o legado de Amílcar Cabral. Gritar alto “Cabral ka more”!

Estou a preparar uma entrevista com a sua filha Iva Cabral que sairá em breve, para comemorar o centenário do nascimento de Amílcar Cabral com os 50 anos do 25 de Abril – que não teria acontecido em Portugal se Cabral em Cabo-Verde e na Guiné-Bissau (a primeira ex-colónia a declarar unilateralmente a Independência no ano que mataram Cabral -1973 ), não pensasse e iniciasse a luta de libertação.

Grito Obrigada Amílcar Cabral,

Cabral ka more!

Anabela Ferreira

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