Voo com cerca de 80 pessoas para assistir ao lançamento.
“Eu tenho muitos irmãos e nem os consigo contar, e uma irmã muito formosa que se chama liberdade”.
Um momento sem guião, sem rede, improvisado.
Planeado com amor mas sem ensaio. Do rascunho fez-se apresentação. De um livro. Numa viagem belíssima. De entrega e partilha.
Que vou guardar para o resto da minha vida, como um dos dias mais felizes que faz de mim uma pessoa mais rica. Por ter recebido a vossa energia de amor. Dos meus artistas e dos meus convidados amigos.
No amor o coração é o orgão que gera essa energia. E bastou-me deixá-lo falar quando aconteceu o momento. Espero ter estado à altura de vos merecer.
Fui importada para dentro de vocês, tenho a certeza, e, por isso sinto-me importante. Daí vem esta palavra.
Podemos ter vidas curtas porém temos a obrigação de não a tornarmos pequenas.
A cultura, as várias artes: literatura, musica, poesia, dança, canto, peças de bijouteria e a arte de fazer rir estiveram representadas. As artes estão vivas e de boa saúde. Vindas de mãos, mentes e corações maravilhosos. Estão nas melhores mãos. De gente de talento.
deixo um pedido final…não deixem as letras morrer…
A viagem abriu com as palavras do meu irmão Réne num texto delicioso convidando os passageiros/convidados a entrar no longo curso que foi a apresentação. Ele sabe usar as palavras e comunicar. Ficámos logo cedo com o cinto apertado. Os “peaners” estavam servidos. Adorei.
“(crew on deck doors closed)”
Amigos,
A Comandante Simões Ferreira e a sua tripulação dão-lhes as Boas Vindas.
Esta nossa viagem terá aproximadamente a duração de uma hora, e qualquer semelhança com a apresentação de um livro, será pura coincidência.
Pedimos que desliguem ou silenciem os vossos telemóveis, não apenas para não perturbar a apresentação, mas também para nos poupar às Rhiannas, às Ladies Gagas e a outros toques de gosto duvidoso.
Não será permitido fumar, mas se tiverem por aí umas ceninhas para rir, falamos no fim… lá fora.
Durante a viagem, não vale a pena chamarem pela hospedeira que é surda e apenas uma, porque isto é um voo low-cost e não havia dinheiro para mais contratações.
Este espaço tem apenas uma saída pela retaguarda, exactamente aquela por onde entraram.
Definitivamente, e em caso de despressurização, não vão cair máscaras sobre as vossas cabeças porque estamos nisto de cara lavada.
Também recusamos o uso de coletes de salvação por muito divina e redentora que o Francisco no-la faça crer.
Durante a viagem, não será servida qualquer refeição porque detestamos o barulho de mastigar de boca aberta e porque, como diria o Jota das madeixas, isto para nós é … “PEANERS”.
O destino… é aquele que cada um traçar para si próprio e as escalas são muitas, num esforço colectivo desta tribo, para tornar colorida a viagem…
Não distribuiremos mantas nem almofadinhas, porque queremos tê-los atentos do princípio ao fim da viagem e não queremos assistir àquele momento constrangedor de vos ver meter a manta na mochila à “sucapa” da tripulação.
Adorei.
O meu filho Guilherme em substituição do meu filho Francisco que partilho com a minha amiga Isabel, apanhado de surpresa, disse maravilhosamente Ítaca, o poema sobre a viagem de Ulisses de Homero, poema esse que me foi oferecido num dos meus regressos à minha Ítaca, esta terra de pouca terra e pouca gente mas com muito talento. Adorei
A minha querida Anoka encheu o palco com a arte da dança oriental num momento de beleza rara, refinada e suave, com uma expressão musical através do corpo como só ela transmite. Adorei.
Os meus filhos Guilherme e Robalo numa surpresa teatral representaram o lançamento de um livro, literalmente. Sem ensaios,improvisado e cheio de humor e simbologia. Como só 2 actores talentosos e ricos em emoções conseguem transmitir. Adorei.
A minha sobrinha Yara e a minha prima Marta cantaram “não deixe o samba morrer” com o desafio das minhas palavras sobre mudar a palavra “samba” para “palavras”. A Yara tem uma voz doce, melódica, potente. Pertencerá brevemente aos talentos grandes da música. A Marta dedicou-me palavras de amor e cantou. As duas encantaram. Adorei.
Na influência que recebi dos meus pais, da família de sangue e dos amigos. Agradeci e agradeço hoje mais tranquila, sem os nervos próprios de quem não sabia o que ia acontecer nem como, sem mapa nem gps. Agradeço o quanto todos me são caros e preciosos. E importantes, porque os importei a todos para dentro do meu coração. Aos que estavam e os que não estavam mas sei que estavam. Tentei não me esquecer de ninguém, mas provavelmente isso aconteceu e peço desculpa.
Isto tudo é para receber um subsídiozinho ? Temos pena, isso já acabou…