CUIDEM-SE, JOSÉS! (por Telmo Vaz Pereira)

socrates080413Há pouco, dei comigo a pensar que José Sócrates, com todas as acusações que sobre ele agora impendem por, alegadamente ter quebrado o segredo de justiça, ainda se arrisca um destes dias, a ir dar com os costados a uma prisão…

Não fosse Sócrates fugir e revelar algum segredo foi acompanhado por 6-seis-6 carrinhas com polícias de intervenção da PSP e tinha a recebê-lo mais de uma dezena de polícias da segurança pública.

Pelo aparato securitário de que se revestiu a chamada de José Sócrates, este deve ter formado algum gang na prisão ou então está a mobilizar meios extraordinários que obrigam a Justiça a precaver-se, não vá o diabo tecê-las…

O que verdadeiramente surpreende, neste caso, é o silêncio oficial que vem do lado da Justiça, apesar da quantidade de artigos e intervenções públicas de gente que nada tem ou teve a ver com Sócrates, a pôr em causa, com argumentos jurídicos, a sua prisão, a questionar os métodos adoptados e a mais que óbvia quebra do segredo de justiça, a provar que, como alguém dizia hoje, “o segredo de justiça tornou-se um facto com valor económico”, que, acrescento, valoriza consoante a conjuntura política em que é negociado.

Certo é que alguém negocia a venda deste novo recurso económico gerador de riqueza (real ou virtual). Certo é que os inquéritos para apurar as responsabilidades sobre esta matéria dão no que dão, em desperdício de tempo e dinheiro. O que de todo me parece é que a audição de José Sócrates, sobre esta matéria, neste caso, afigura-se completamente inútil e mais um acto desnecessário de exposição e enxovalho público.

É tempo de nos convencermos que, hoje, os serviços judiciais não são fonte segura para coisa nenhuma, tais são as fugas de informação e a mais que óbvia indisponibilidade da justiça para todos. E quando digo todos, são todos os que olham, observam e sabem que este regime é perigoso. Os outros, não terão razões para se preocuparem… porque pertencem ao regime. O germe do fascismo conservou-se vivo e intocável sob as togas dos juízes – herdeiros dos plenários – e aqui está ele a renascer.

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