Debates, política e experimentos sociais

Há duas coisas que não faço há muito por não ter habilitações suficientes para lidar com tamanhas sapiências e uma carrada de informação: ver debates políticos nas tv´s e o “big brother”. 

Ambos são experimentos sociais, para análise sociológica e antropológica sobre os primatas só que actualmente perderam qualidade. Vai que é do sinal wifi.

Para começo de conversa nem televisão tenho, o que aumenta o índice de desenvolvimento humano ao nível do relaxamento das sinapses neuronais não as fazendo envelhecer precocemente. 

Por essa boa razão só hoje sei que em simultâneo se estreou ontem um experimento social com uns chamados famosos, ou semi fodidos da vida deles, que entraram para uma clínica de reabilitação da imagem e claro os famosos debates eleitorais ao quais respondo ; nem com muito rum!

Digam-me que ainda vêm essas palhaçadas preparadas para entretenimento? Questão retórica. Não tenho nada com isso. 

Para mim a questão é esta: 

-o debate era entre Bertrand Russel e Carl Sagan? Ou com os Monty Phyton? Não.

Então não vale a pena. O resto é circo. 

Ainda há quem não desconfie que só se fazem debates para depois virem os comentadores da bola, comentar os comentários. 

No final vota-se para entrar, vota-se para sair, contam-se os votos, os mais porcos num lado, dentro do seu habitat natural ganham porque gritam mais alto, esbracejam mais, usam a violência e a agressividade para deixar o interlocutor “knock out” porque isso é espectáculo de circo, além de – naturalmente – se mostrarem sempre muito indignados com a corrupção (escondendo a sua origem e os seus amigos). 

Onde é que estavas quando a corrupção começou? Pois, estavas lá dentro não era? Sim, agora estou a falar do “filho da pide” de um dos debates que não vi, apenas ouvi excertos (é-me insuportável ver aquela figura), tal como era a cavaca, pai do sistema, hoje múmia. 

O segredo destes artistas prestidigitadores, está precisamente na estratégia de vender um problema como se não viessem do problema, nem fossem feitos dele. 

Só não percebe quem não quer. Não faço de ninguém estúpido, porque a história contemporânea está aí para ensinar. 

Bannon a eminência parda da corrupção conseguiu levar ao poder os maiores corruptos e prestidigitadores – que se juntarem em simultâneo neste planeta – Trump, Bolsonaro, Le Pen, Salvini, Órban, Bojo e o luso “filho da pide”. 

Cuja ambição é comer o bolo e sentar-se na cabeceira da mesa. De tão óbvio que até custa escrever. Tenho o meu lado ingénuo a dizer “mas as pessoas sabem isso, não precisas explicar”. 

O meu outro lado responde “ os 3 f´s- foda-se, foda-se, foda-se – o lobo disfarçado de cordeiro não percebes?”

Aposto que quando chegar o momento de votar para sair e entrar, os candidatos do experimento social do rum com coca-cola vão ter mais gente a votar do que nas outras eleições para não deixar entrar os filhos das serpentes, que andaram a semear ovos por todo o lado. 

Por descargo de consciência e falar só do que sei, fui à página oficial do partido perceber o que lá se dizia e descubro que tenho amigos fãs do partido. Tirei alguns, a outros faço um apelo: por favor desamiguem-me. 

Deixo uma pergunta-“alguém que não tenha desconseguimento cognitivo, que tenha as sinapses em perfeito funcionamento acredita de facto que o filho da pide tem ideias? 

E que essas ideias são as de trazer justiça social, limpeza da corrupção e combater o enriquecimento ilícito e a lavagem de dinheiro? 

Tirando a sede de poder e o seu racismo profundo e verdadeiro não vejo mais nada de autêntico vindo daquela figura. 

Conhecendo um pouco de História e lendo bastante, o meu polígrafo detecta mentiras e faz previsões sinistras.

Se eu fosse jornalista começaria o próximo debate a perguntar-lhe “ onde é que estavas no 25 de Abril? O que vais fazer para descobrir os papéis do Panamá? E combater as off-shores? Quem são os seus amigos que o financiam? É que segundo rezam as línguas fidedignas quem financia o seu partido lava dinheiro nas águas quentes das Bahamas. 

Mas esperem, os ciganos e os dependentes do RSI é que vivem à conta dos Portugueses… 

Mandemos o sef atrás dos ciganos, dos pretos e dos desempregados e dos pobres e dos velhos e dos imigrantes e fiquemos nós os que trabalhamos e pagamos impostos, os vistos gold, os judeus sefarditas e as gentes com dinheiro nas off-shores, pensam os votantes. 

Já percebi…querem ver “Portugal great again”…

Só com os lusos de pele alva, que até têm amigos pretos mas no fundo são só para papel de embrulho e odeiam-nos. Faz sentido. 

Os votantes são os filhos da ditadura fascista, racista e misógina. São os filhos da pide. 

Os votantes neste prestidigitador são os filhos da ditadura que os deixou miseráveis, descalços, em casas sem salubridade nem saneamento básico, sem educação, com pão e toucinho e sopas de cavalo cansado para matabicho e conduto, no entanto auto-convenceram-se de que os culpados do descalabro contemporâneo vem dos que vivem de apoios sociais para não morrerem de fome e não viverem na indigência, ou dos imigrantes que fogem da morte e da indigência. 

Repitam comigo, os responsáveis pela miséria e corrupção não são os ciganos nem os imigrantes nem os que vivem de subsídios. Coloquem-se na frente de um espelho e ouçam-se a dizer estes absurdos. 

Não percebem os paradoxos? Não vêm o número de magia? 

É o capitalismo, estúpidos. E o filho da pide vem lá bem de dentro. E todos os que constam na lista dos papéis do Panamá.

Se não entenderem o paradoxo isso só fala aos gritos sobre o vosso desconseguimento cognitivo. Não arranjem desculpas. Por favor. Vão estudar!

Repito para que entre. Acreditar que o demagogo que lhes vende truques de circo baratos na frente dos seus olhos chamando-lhes “as verdades ”, dizendo ser o guru salvador desta obscenidade na qual vivemos todos é atentatório à inteligência de qualquer comum cidadão. 

Vão estudar sobre cultos, gurus e seitas quando sentirem desesperadamente a necessidade de encontrar a salvação na figura de um homem da política suja, das ligações perigosas, do dinheiro ilícito, das ambições pessoais. O filho do partido que o pariu e agora rejeita. Mas só até ver…

Não existe até hoje, na história da humanidade um guru impoluto que tenha dito as verdades e agido em conformidade com as suas promessas. 

Ou então concluo que sofrem de doença mental grave. Chama-se imbecilidade. 

Mas a imbecil sou eu, histérica, mulher e preta, ainda por cima.

O mais provável é o partido do messias ganhar assentos, porque irritados e “cutucados” por pessoas como eu vão querer provar que estão certos. Aqui temos o que eles sabem tão bem fazer : dividir. O poder cega e corrompe. 

Os votantes vão pegar no telefone, ligar para a linha de valor acrescentado, desculpem enganei-me, depositam o voto na urna, imaginando que estão a fazer um serviço ao país para acabar com a balda. 

Só que a balda não acaba e o ídolo com pés de barro deles vai-lhes mostrar a verdadeira face mais cedo que tarde. O filho da pide é uma fraude. Como são todos os outros da sua estirpe. 

E perigoso. Sabe o que faz.

Onde é que eu já vi isto?… 

Mas esta é só e apenas a opinião de uma desconseguida em engolir fraudes e filhos de pide. Sei exactamente em quem vou votar para nem dar maiorias absolutas nem lugares aos filhos da pide. 

E trazer para o Parlamento gente que tenha ideias em defesa do futuro. Longe destes prestidigitadores filhos e pais do velho paradigma. 

Pode ser que um dia volte a ouvir debates. 

Por fim, ainda sobre o racista filho da pide em questão, que ontem no seu habitat natural- o charco- mostrou-se o verdadeiro histérico, táctico combativo porco de espectáculo, um homem condenado por racismo e com uma sentença transitada em julgado, é visto com bons olhos por meio milhão de Portugueses. 

Só esta última razão seria suficiente para meio milhão de Portugueses serem cidadãos de bem e eliminarem o homem da corrida ao pote. No entanto não.

Por aqui se vê qual o terreno que pisamos. Já não há dúvidas. Este país não pode ser a sério. Este país mal frequentado não é para gente séria. 

E precisa mudar. Com sangue novo. Evoluído.

Post scriptum

Se te surgiu no pensamento “estás mal muda-te”, desengana-te. Por estar mal é que não deixo a luta em mãos alheias. 

“Se pensaste “vai para a tua terra”, pois é, estou nela e bato-me junto com quem está nas trincheiras, para que ela se veja livre de filhos da pide. 

Como fizeram outros que me precederam.

Anabela Ferreira

Um comentário a “Debates, política e experimentos sociais”

  1. Sou a Rebeca Gomes, gostei muito do seu artigo tem
    muito conteúdo de valor, parabéns nota 10.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *