Demagogia nesta cleptocracia à beira mar plantada (por Jacinto Furtado)

Nuno MeloNuno Melo, na coluna de opinião que assina no Jornal de Notícias resolve apontar o dedo ao PS genericamente, António Costa em particular, por este ter comentado as listas do zás pás trás ou PaF ou o raio que parta a associação de interesses, atenção eu não escrevi associação criminosa, que quer continuar cleptocraticamente a destruir o pouco que ainda nos resta.

Pelos vistos Nuno Melo, o senhor eurodeputado, ficou incomodado com os comentários que foram feitos às referidas listas. Imagino que só ficou incomodado porque tinha a secreta esperança que ninguém reparasse nelas, tinha certamente a secreta esperança que ninguém reparasse na quase inexistente diferença entre aquelas listas e uma qualquer listagem do MP de indivíduos a investigar, em investigação ou que deviam ser investigados.

Tenta então atacar por outro lado, diz que houve contestação no PS para aprovação das listas. A sério? Ele utilizou mesmo este argumento? Não saberá Nuno Melo que em democracia é legitimo haver contestação, haver opiniões divergentes?

Preocupante, isso sim, é lá para as bandas da associação dele todos dizerem amém ao grande líder, sem espaço para discordâncias ou discussões, tudo obviamente a bem da nação.

A demagogia de Nuno Melo vai ao ponto de atacar António Costa por este, alegadamente, não querer debater com Paulo Portas.

Com quem? Paulo Portas?

Mas esse é líder de algum partido/coligação que concorra às eleições?

Claro que não!

Paulo Portas é a acompanhante de luxo de Pedro Passos Coelho, com quem Coelho quis formalizar, de papel passado, a relação não fosse dar-se o caso de, no dia 4 de Outubro à noite, alguém se atravessar e ficar-lhe com a acompanhante.

Porque raio é que Costa ia debater com a acompanhante, mesmo sendo de luxo? Obviamente não há nada que o justifique, antes pelo contrário, até podiam levar a mal. Então não querem lá ver Costa a meter-se com a acompanhante do Coelho.

Na realidade, Nuno Melo mais não faz que tentar desviar a atenção de forma intelectualmente pouco honesta. Para ser honesto teria de colocar a questão de forma mais genérica.

Para ser intelectualmente honesto teria de colocar outra questão mas esta a Pedro Passos Coelho, perguntar-lhe porque motivo não quer debater com Jerónimo de Sousa, com Garcia Pereira, com Joana Amaral Dias, com Rui Tavares, com uma das cabeças da Hidra de Lerna, ou até mesmo, desde que leve protectores de ouvidos, com Marinho Pinto.

Podia, por uma questão de boa educação, evitar perguntar porque razão não debatia com Heloísa Apolónia, se ninguém se mete com a acompanhante de Pedro Passos Coelho este, por uma questão de cortesia, também não se deve meter com as acompanhantes dos outros.

Bem sei que sendo acompanhantes de luxo ficam com a ideia de ser muito importantes, necessárias e imprescindíveis, pensam até que fazem parte do arco do poder. Triste ilusão, a irrevogável verdade é que não passam de acompanhantes que se vendem facilmente para poderem vestir lantejoulas e frequentar os salões. Em bom português, são putas normais apenas usam um perfume mais caro.

O senhor eurodeputado Nuno Melo faria melhor figura se começasse a escrever, a interrogar a pedir explicações reais e não inventadas sobre as Tecnoformas, sobre os sobreiros, sobre os submarinos, sobre os pandur, sobre os milhões em dinheiro vivo perdidos nos cofres do seu partido, sobre a forma criminosa como estão a ser feitas as privatizações entre tantas outras perguntas que devia fazer.

Há uma diferença enorme entre os defensores da cleptocracia e os defensores da democracia.

Uns vivem da demagogia, os outros exigem justiça!

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