E tu? (por Anabela Ferreira)

SALGUEIRO MAIA“A economia e a espécie têm na sua base a fotossíntese” . E como estamos a explorá-la para lá do limite aceitável, ou mudamos ou nos extinguimos. E sem fotossíntese nem economia,nem gente. Diz gente que sabe. Eu repito com base no que observo por aí. Vejo gente linda a puxar a carroça numa direcção e gente feia noutra. Uma pena esta medição de forças. Porque quem ganha é a fotossíntese. Por esse mundo fora.
Na minha Ítaca, hoje, 25 de Abril, continuo a carregar a responsabilidade dada pela vida. A liberdade. Essa “ganda” maluca que anda à solta e não a conseguimos apanhar. Ser livre. Livre de quem quer que seja que me/nos oprime. Em nome da vida. Essa “ganda” maluca que me ordena que a procure.
Neste canto esquecido do mundo, que já deu algumas lições ao mundo e continua a ter gente que sobressai em várias áreas pelo mundo fora, andamos perdidos sem ela, não vivemos com ela, nem honramos quem no-la ofereceu.
Menos ainda os que a herdaram e tiveram a responsabilidade, ​enquanto figuras no poder, de a manter. Esses adoptaram a filosofia do Rei Sol. “O estado sou eu” no absolutismo com que reinam. Julgam-se detentores do poder por ordem divina. Pois tenho a declarar-vos que não são. Nem inspirados, nem escolhidos. Dependem da fotossíntese.
O meu lamento é que ainda não perceberam. Não há poder que perdure. Assim se percebeu com 48 anos de fascismo.
Resta-me continuar a cumprir a minha responsabilidade de manter vivo no meu coração, nas minhas acções diárias, e, nas palavras que escrevo, o delírio de querer a liberdade absoluta na vida do meu pequeno reino​ em particular.
A minha sobrevivência depende da fotossíntese e sem liberdade nunca serei mais do que uma estatística na economia deles. A economia deles nada é se as estatísticas não mostrarem vida.
Silenciar o que vai contra a vida é violentar a própria vida. Como o fez Salgueiro Maia entre vários. Por honrá-los, hoje e até a fotossíntese me entregar de volta à natureza, mantenho-me em modo: “actualização” de um novo sistema. Contra este sistema instalado que em nada honra o 25 de Abril.
Assim deveríamos estar todos. Em nome da ​vida em ​liberdade.
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