Afinal, o Governo grego sempre pediu a extensão do prazo do seu “acordo de empréstimo”. Digo “acordo de empréstimo” porque, estando o país falidérrimo, o sr. Alexis Tsipras não quer ouvir nem pronunciar a palavra “resgate”. E nós, claro, fazemos-lhe as vontades.
Outra palavra de que o sr. Alex não gosta de ouvir, é “Troika”. Afinal, o sr. Alex comunga dos ideais daquela esquerda radical que colapsou o Leste da Europa (uma catástrofe humanitária só superada pelas medidas económicas da “perestróika” com que Gorbachev conduziu a URSS ao fim da Guerra Fria, e ainda que não tivessem esse objectivo, reduzindo a uma triste memória o poderio do Partido Comunista e à dissolução da União Soviética). Mas ele diz que é por outra razão. Diz que não quer ouvir falar da “Troika”, porque “as instituições envolvidas não são as mesmas”… O Porta-voz do Ministério das Finanças Alemão, fez-lhe, mais ou menos, a vontade, afirmando que “Temos todo o gosto em deixar de lhes chamar “troika”, mas as três instituições vão continuar a monitorizar a situação na Grécia”.
Para que se compreenda a esquizofrenia do sr. Alex, basta anotar o que ele fiz relativamente ao Euro: “Vamos ficar no euro, mas não atingiremos esse objectivo à custa dos mais fracos”. Ele diz uma coisa destas, assim, como se a Grécia fosse, agora ou antes de falir, a parte mais forte…
Já Yanis Varoufakis, o tal ministro das finanças de que as senhoras gostam, decorrida uma semana sobre a tomada de posse do novo governo da Grécia, parece começar a empreender um conjunto de significativas reformas. Reformas, entenda-se, da sua posição inicial !
Perdão da dívida? Pois parece que, afinal, já não… Programa de emergência social? Também não! Alinhamento da posição grega com os interesses da Rússia? Não necessariamente… Reposição do salário mínimo para os valores pagos antes da falência do país? Também não. Varoufakis iniciou, portanto, a sua própria longa marcha. Tudo indica que se trata, mais rigorosamente, de uma longa marcha-atrás…
E assim, parece, eu estava enganado. Afinal, a estratégia de Tsipras não é pura e simplesmente suicidária. Nem os Gregos vão acabar assim tão mal… Afinal, apenas mudaram as moscas e o que estava mau, em princípio, não irá piorar…
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