Durante o primeiro governo de Cavaco Silva nasceram milhares de empresas de formação profissional.
O esquema era fazer uma empresa e candidatá-la aos Fundos Europeus, na época ao QCA I – Quadro Comunitário de Apoio. Depois da candidatura aprovada e de recebido o respectivo financiamento que na maioria era de cem por cento, investia-se em carros topo de gama e outros bens para usufruto próprio, e, algum tempo depois fechavam as empresas, que nunca deram formação profissional a ninguém.
Desses milhares restaram umas centenas, que descobriram a galinha dos ovos de ouro: acrescentaram ao pacto social a actividade de recrutamento e selecção de pessoal. Continuaram até aos dias de hoje a candidatar-se anualmente aos Fundos Comunitários para formação profissional, recebem milhões, e pagam aos “formandos” dois euros e oitenta à hora.
Até aqui tudo bem se de facto existisse formação, mas a verdade é que os ditos “formandos” são trabalhadores contratados para as empresas suas clientes, na maioria nos sectores de telecomunicações, banca e seguros, de quem recebem cerca de mil e duzentos euros por cada trabalhador, que trabalha nove horas diárias, sob ameaças constantes e com a exigência de uma percentagem utópica de produtividade por hora, ou seja, a formação profissional não existe, serve para receber Fundos Comunitários e como desculpa para pagar muito pouco durante um mês ou dois.
A seguir são dispensados e contratam outros nas mesmas condições.
Ninguém quer acabar com estes parasitas o que seria muito fácil. Bastava que a ACT – Autoridade das Condições de Trabalho fizesse cumprir a lei e que a Assistência Técnica aos Quadros Comunitários fiscalizasse as entidades beneficiárias dos Fundos Estruturais.
o autor do artigo deve ter comido queijo pois foi bem depois de cavaco que os falsos ricos começaram a aparecer, vejam as estatisticas do ano em que a venda de jipes aumentou em grande força.