Os ensinamentos que a natureza nos oferece num workshop perpétuo, ao vivo, gratuito. O que brota de terra arenosa é uma bela papoila frágil. Este clic fez-me lembrar o poema da Rosa de Hiroxima do Vinícius de Moraes.
Temos evoluído de uma forma tão bela quanto frágil que pode desaparecer num instante, com o formato de uma rosa, a de Hiroshima, das pétalas desfeitas em pó. Temos evoluído de uma forma tão bela quanto feia, hoje humanos somos obsolescentes, somos apenas mercadorias, produtos inacabados, imperfeitos, vidas sem valor. Por isso nos dizem – “olha aqui, vai por ali, faz assim como te mandamos, como queremos”, porque não somos mais humanos, somos máquinas concebidas no jogo de matar, para morrer.
Perguntem às crianças de Gaza, às de Hiroshima, às de África, às de todas as geografias onde não se vislumbra futuro, apenas feridas, se é morrer o que querem fazer, desfazendo-se em pó, ou esgazeadas de fome. Quem faz a guerra não morre nelas, quem nelas cai são os inocentes, os humanos obsolescentes, mercadorias, nós que apenas queremos viver mas que pagamos dinheiro a juros bem altos para matar outros como nós.
Os bichos da mesma farinha são os que nos distraem com os seus jogos tácticos, estratégias, usando qualquer mecanismo político, legal ou outro – lawfare, drugfare, diseasefare, warfare, mindfare, qualquer um serve desde que nos alienem e estupidifiquem. Pior, que nos desliguem da nossa essência, do cordão que nos liga à terra umbilical e a uns aos outros.
Eu inocente, contudo não cega, muito menos estúpida ou ignorante, antes de morrer de uma bala cruzada na guerra deles, acuso-os a todos de farseiros profissionais. Faço a minha vida na arte que me toca para denunciar – não sou uma mercadoria de conveniência, já vi os vis métodos que nos despedaçam, por entre os escombos irei alertando os meus irmãos.
Esse será o meu cogumelo, a minha rosa de Hiroshima. O meu 25 de Abril.
Bom fim de semana
Anabela Ferreira
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