A lei é clara. Os exames aos professores devem ser agendados com a antecedência mínima de 20 dias e o local da sua realização deve ser divulgado com 5 dias de antecedência. Ao que acresce que os prazos administrativos referem-se sempre a dias úteis. Porém, Nuno Crato e a sua insofismável equipe, trocaram as circunstâncias de tempo com as de lugar e deste modo, impedir quaisquer greves. 3 dias úteis de pré-aviso, foi quantos ele deu. Não há qualquer fraude à lei. Ela foi violada, mas foi mesmo directamente. De duas formas diferentes. Com dolo directo. Despudoradamente, com o fito e fim de por termo a uma direito constitucionalmente consagrado.
Os professores avaliados são na sua maioria, jovens, com contratos precários que já cessaram, porque não foram renovados. Na sua maioria, portanto, actualmente, desempregados. Tanto pior, estão, neste momento, a gozar os 10, 15 dias de férias, a que têm directo em consequência da cessação desses contratos precários cuja existência fomenta uma maior alternância de docentes para cada aluno e consequentemente, uma menor qualidade do ensino. Pior, porque o dia de interrupção de férias terá de ser pago pelo erário público, com a especial agravante de que provavelmente boa parte dos docentes avaliados bem sequer vão ter colocação no início do próximo ano lectivo. É portanto dinheiro deitado à rua. Mas, ainda assim, um elemento da trupe de Crato, em directo para as televisões, não se coibiu de deixar bem clara a importância destes exames para aqueles que no futuro queiram concorrer ao lugar de professores…
Não é surpreendente. Crato, foi maoista, um dos muitos maoistas do MRPP. Há outros e são todos do mesmo calibre: O empresário Jorge Coelho, hoje administrador da empresa à qual mais obras públicas adjudicou como ministro das obras públicas. Durão Barroso, que acabou por (ter de) “sair” do MRPP depois do célebre episódio do roubo de mesas e cadeiras da Faculdade de direito de Lisboa nos dias conturbados de abril de 1974… O Ministro da Administração Interna Rui Pereira, que mandou qualificar como “segredo de estado” um relatório da IGAI que expunha os mais bárbaros crimes das polícias portuguesas… A mediática procuradora Maria José Morgado, que avaliou como “exemplar” a conduta de uma procuradora sua subalterna que promoveu a detenção de um cidadão que faltou a uma diligência de inquérito num processo (em que acabou por ser absolvido com o próprio ministério público a pedi-lo), apresentado um atestado médico, tendo promovido um processo crime contra o médico, que ela própria tramitou, interrogando-o como suspeito sem o constituir arguido e arquivando o processo sem dar disso conta a ninguém. Não é nada surpreendente, vindo de quem demorou 9 meses a parir uma decisão sobre a licenciatura do colega Miguel Relvas.
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