Cavaco Silva, aquela figura sinistra que ocupa o Palácio de Belém, numa espécie de “Conversa em Família” com o fraco conteúdo intelectual a que já nos habituou mas carregado de fanatismo ideológico, a que também já nos habituou, decretou a semi-ilegalização do Partido Comunista Português de do Bloco de Esquerda.
Numa atitude inédita mas não inesperada, o neo-fascista Cavaco Silva, no seu penúltimo fôlego duma assentada dá o dito por não dito, borrifa-se para a estabilidade, borrifa-se para a composição da Assembleia da República, borrifa-se para a democracia e borrifa-se para Portugal. É verdadeiramente preocupante e absolutamente assustador assistir ao discurso manipulador e mentiroso do presidente do PSD, perdão, do Presidente da República.
Afirma Cavaco Silva que um governo de esquerda não garantia o cumprimento dos compromissos internacionais. É falso, o acordo que está a ser feito entre PS, PCP e BE coloca à margem essas divergências pelo que esses compromissos serão cumpridos.
Diz o espécime, desconhecedor da teoria de Darwin, preso algures, numa fase primata, a meio da cadeia evolutiva que segue a regra que sempre vigorou. Na realidade o que o espécime teve ontem foi um problema de reglas* que lhe provocou uma profusa descarga menstrual intelectual. A regra a que Cavaco Silva se refere não é na verdade uma regra porque nunca, esta situação se tinha colocado.
Mente com quantos dentes tem na dentadura que usa ao afirmar que assim aconteceu em 2009, tendo dado posse a um governo socialista. Esconde, ou omite, em 2009 os resultados eleitorais foram os seguintes (em mandatos): PS-97; PSD-81; CDS-21; BE-16; PCP-13 e PEV-2. Os votos dos seus protegidos somados davam 102 lugares na Assembleia da República o que não garantia uma maioria parlamentar, portanto não estaria garantida a estabilidade política para uma outra solução.
A solução que Cavaco Silva tinha em 2015, face aos resultados eleitorais e seguindo o artigo 187 da Constituição da República Portuguesa (ouvir os partidos e as soluções que estes apresentam, analisar os resultados eleitorais) , garantia uma maioria de 122 deputados com um acordo a 4 anos.
Cavaco Silva, não quer saber da constituição, não quer saber da democracia, não quer saber de estabilidade, quer apenas defender, apoiar e ver implementadas as politicas neo-liberais dos seus protegidos.
Este foi o penúltimo fôlego de Cavaco Silva, o último será após a queda do seu protegido, contra os interesses nacionais, deixar Pedro Passos Coelho à frente dum governo de gestão que durará até ao verão de 2016.
Há uma enorme alegria neste seu último fôlego, finalmente podemos dizer Rest in Peace!
(*) Nota da redacção: “Reglas” forma popular em Espanha de definir o período menstrual.
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