Estava ansiosa e desesperada para que a “hora fosse pequenina” como dizia o povo. A grávida controlava a ansiedade com a respiração aprendida nas aulas de preparação de parto, só não controlava o desespero fatal da hora desconhecida. Uma grávida nunca sabe a que horas vai parir – as crianças têm a mania de não comunicar a hora usando a rede intra- uterina. São mais da geração rasgo- imprevisível.
O desespero vinha de saber que as urgências estariam fechadas naquela hora do parimento. Por falta de médicos e pessoal.
Iria começar rapidamente um crowdfunding para pagar um privado, não fosse o diabo tecer a hora maldita num desses dias, numa dessas urgências fechadas, que não lhe recebessem o raio da criança.
Se calhar, quando chegasse a tal hora, já só haveria privados…talvez até como poderia ter dito Saramago até a ela, filha da put@ benza-a deus, já a tinham privatizada.
Melhor mesmo não parir novos pagadores de impostos. De sociais nas obrigações a privatizados sem direitos.
Anabela Ferreira
O caminho para as privatizações são como todos nós pró-vida, não é verdade?–
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