A Direita não se cansa de produzir análises catastrofistas sobre o resultado das eleições gregas. Primeiro é que não ganhavam. Ganharam. Segundo é que não conseguiriam a maioria absoluta, vão conseguir. Agora é que não vão cumprir o que prometeram. Veremos. Depois é que não se vão entender, porque são um movimento heterogéneo. Veremos.
Tanta menoridade intelectual e incapacidade de perceber a realidade é confrangedora.
Não perceberam nada do que se tem passado estes anos, quer na Grécia quer nos restantes países sobre intervenção das troikas.
A direita faz figas, e deve estar a esta hora a tomar chazinhos, enquanto ameaça com o espectro do Dilúvio.
Acharam que os povos estavam domados. Ainda não estão totalmente.
A Democracia só lhes serve quando os Povos aceitam a vergasta do esbulho e dos seus interesses rapaces.
A Grécia pode falhar? Pode. O Syriza pode não devolver aos cidadãos gregos, de imediato ou curto-médio prazo, os direitos, salários, empregos que lhe foram roubados pelas políticas de austeridade? Pode.
Mas há algo que o Syriza já devolveu ao povo grego: A esperança de que ainda pode lutar e construir outro futuro e outro rumo.
Se a Direita pudesse saber quanto vale a esperança para os deserdados, não continuaria a falar da dívida grega e da necessidade de ela ser paga nos termos acordados, paga com sangue, paga com lágrimas.
A Grécia pode estar com os cofres vazios de euros. Mas o Povo grego passou a estar armado e cheio de uma outra esperança, e que o leva a ter outra crença e outra fé no futuro.
E, como se sabe, a Fé pode mover montanhas.
(*) Nota da Redacção: Estátua de Sal é pseudónimo dum professor universitário devidamente reconhecido pelo Noticias Online.
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