Não se pode dizer que Isabel Jonet seja incoerente, não o é!
Com Isabel Jonet é garantido, sempre que abre a boca acontece uma de duas coisas, ou entra mosca ou sai asneira. As asneiras têm saído fluentemente e são variadas.
Jonet já tinha dito que os pobres estavam mal habituados, queriam comer bife, tomavam banho e isso é algo que vai contra o paradigma de Isabel sobre os pobres. Os pobres devem ser, feios porcos, mas não devem ser maus, devem ser venerandos e agradecidos à caridadezinha de Jonet.
Os números da pobreza aumentam em Portugal, a caridosa Isabel em vez de denunciar as políticas sociais e económicas que atiraram para o desemprego milhares de Portugueses, em vez de denunciar o ataque feito a milhares de pensionistas, em vez de acusar as manobras governamentais que atiram para a pobreza a classe média e para a miséria os pobres a demagoga Isabel ataca aqueles que são a razão da sua existência, ataca novamente quem infelizmente necessita de apoio, necessita de ajuda.
Para Isabel Jonet existe um flagelo social, há pobres profissionais, com a agravante de que essa pobreza profissional é passada de geração em geração. Na caridosa opinião de Jonet, trata-se de uma espécie linhagem nobre mas em mau, uma linhagem de pobres.
A nossa Rainha da Caridadezinha, profissional da caridade, tem o triste habito de atacar sempre aqueles que lhe permitem a existência, aqueles que lhe dão acesso às luzes da ribalta. Isabel Jonet afirma que a pobreza não pode acabar o que, no seu interesse, é uma sábia afirmação. Sem pobres não há caridadezinha, sem pobres as Jonets deste mundo terão de se reduzir ao papel secundário que é o seu.
São os pobres que permitiram que se realizasse a vigésimo nono encontro da pastoral social, sem pobres não havia lugar a congressos sobre a pobreza, sem pobres personagens como Isabel Jonet não tinham visibilidade.
A caridadezinha tem sempre uma vertente empresarial, ou seja, mexe com muitas doações em espécie e em dinheiro, mexe também com muitas despesas, curiosamente, ou talvez não, encontro os relatórios de contas de alguns bancos alimentares mas não consigo encontrar os relatórios de contas do banco alimentar de Lisboa nem da federação dos bancos alimentares, estranhamente ambos dirigidos por Isabel Jonet.
Não seria de supor que alguém que se julga no direito de alarvemente abrir a boca para criticar os mais fracos e desprotegidos, fosse transparente o suficiente para ter as contas publicamente acessíveis?
Não seria de supor que alguém cuja existência (pública) depende dos mais fracos e desprotegidos tivesse por estes consideração suficiente para não os atacar?
A Rainha da Caridadezinha deve estar a antecipar a nova carga de impostos com que vamos ser brindados, deve estar a antecipar o aparecimento de mais pobres. Nada melhor que começar já a campanha de propaganda neoliberal. Se há pobres é porque gostam de o ser, nada a ver com o péssimo desempenho governamental.
Não sei se há pobres profissionais em Portugal, sei que há profissionais da caridadezinha em Portugal!
Deixe um comentário