Hospital Amadora /Sintra sem serviço de cirurgia ao fim de semana e com a imagiologia a fechar à meia noite

HospAmadoraSintra01A doente entra na urgência ás doze horas e trinta minutos, transportada de maca pelos bombeiros. Doente idosa com setenta e oito anos de idade, sem mobilidade, com próteses nos joelhos e na anca, cardíaca (enfarte do miocardio) e com DPOC (doença pulmonar obstrutiva crónica). Faz oxigénio dezasseis horas por dia.

Todas estas doenças estão no histórico do hospital onde habitualmente vai ás consultas, fez as várias cirurgias e vários internamentos.

Era sábado e na sala de espera havia cerca de uma dúzia de pessoas.

Ao fim de largos minutos foi chamada para a triagem e queixou-se de uma dor aguda no abdómen, explicando á enfermeira de serviço que era uma dor familiar, igual a outras que já teve, sintoma de uma doença que a levou a internamento naquele hospital por três vezes e que está no seu histórico. A enfermeira perguntou-lhe se a dor que sentia era igual à que se tem para ter um filho, ao que a doente respondeu negativamente. Sem mais diálogos deu-lhe a pulseira verde e disse-lhe que aguardasse. Aguardou até ás dezasseis horas e trinta minutos. A pulseira verde é dada aos doentes que não são urgentes.

Foi observada pelo médico em medicina, que de acordo com as queixas, levantou a hipótese de se tratar da mesma doença, e informou que para fazer o diagnóstico, teria que chamar um cirurgião, uma vez que não havia serviço de cirurgia. Pediu análises e medicou-a de imediato para a tensão arterial que estava a cento e cinquenta. Tinha que esperar.

Passava das dezoito quando vieram os resultados das análises que revelaram uma infecção urinária (crónica). Mais uma vez foi medicada com antibiótico e mais uma vez o médico informou que aguardasse a vinda do cirurgião.

Eram vinte e duas horas quando o cirurgião chegou e a observou. Suspeitou da mesma doença nos intestinos e mandou-a fazer um TAC para confirmar.

Às vinte e três e quarenta e cinco e depois de muita insistência para saber quando a levavam para imagiologia ficou a saber que tinha que ir muito rapidamente porque a imagiologia fechava á meia noite. Chegada ao serviço onde não havia doentes, fez o TAC.

O resultado do TAC foi   positivo e foi revelado ás duas horas. O diagnóstico confirmou-se e a doente ficou internada. Catorze horas depois da sua entrada na urgência.

Tanto tempo de espera deveu-se a vários factores: má avaliação da triagem, ausência de serviço de cirurgia e desorganização. Fecharam o serviço de cirurgia ao fim de semana e os doentes têm que aguardar pela vinda de um cirurgião que é chamado de urgência, em vez de serem encaminhados directamente da triagem para a cirurgia, como já aconteceu à mesma doente em outras vezes. Neste caso demorou dez horas a chegar.

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