In dubio pro reo (por Anabela Ferreira)

In dubio pro reo ou um caso da mulher de César – a vítima tem de parecer não apenas ser vitima.

Porque razão uma vítima de violência não apresenta queixa do seu agressor? Porque razão uma mulher independente ou não, culta ou não, educada ou não, com família,amigos e autónoma, ou não, não larga o seu agressor?

Porque razão não se transforma ela própria em agressor e faz do seu agressor a sua vitima vestindo uma capa de super herói atirando-o para a estratosfera, dando-lhe um par de lambadas ou contratando uns seguranças da Buraca para o transformarem em perú no natal?


Claro que todos sabemos a resposta e a juíza que agora absolve Carrilho torna-o evidente. Se tu vítima queres ter credibilidade junto das autoridades e tribunais, “só é plausível que se proteja e aos filhos” mostrando de imediato as agressões…Caso contrário, os agressores são ilibados.


Se não o fazem – todos sabemos- é porque a vitima gosta de ser vitima, porque confia na justiça, porque sabe que todos vão acreditar nela, porque sofre de uma doença mental, porque no fundo, bem lá no fundo até gosta…


Esta foi a mensagem que a juíza acaba de passar a todas as vítimas de qualquer tipo de violência doméstica. 


In dubio pro reo? Não. No caso o réu é a vítima. 


Obrigada mulher cega e surda. Depois de já ter mostrado a sua tendência, o seu preconceito e não ter sido afastada do processo, falou vergonhosamente alto para todas as vítimas. 

Quem sou eu para julgar uma juíza que até fez o curso e sabe das leis que vão dentro do convento? Um zé-de-ninguém. Mas de mulheres e de vítimas, e, até de violência do que vejo, percebo alguma coisa. Deixo aqui um viva à mulher forte,desempoeirada e que nunca se permitiria ser vítima, a senhora doutora juíza. A não ser de si própria.

Sabe de leis mas não sabe da vida. Pelos preconceitos já mostrados caiu vítima de um psicopata.Um dia espero que alguém tenha alguma humanidade para com ela.


E agora vítimas? Segue-se o regresso ao código de Hamurábi? Há muitas vítimas nas prisões que se viram obrigadas a matar. E incontáveis são as que foram mortas pelos agressores.


In dubio? nã…o caminho da evolução está-se a cumprir…

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