Je suis Brandão (por Jacinto Furtado)

Je Suis Brandão“Tiago Brandão Rodrigues arrisca-se a ser o primeiro ministro da educação a ter à porta da 5 de Outubro uma manifestação de apoio”

Frase bombástica, uma utopia, onde já se viu em Portugal um ministro, ainda para mais o sempre odiado ministro da educação ser apoiado pelo Povo? Os ministros da educação são alvos a abater, não importa a qualidade que se reconhece ao individuo antes de ele tomar posse, assim que toma posse, no momento em que põe os pés na 5 de Outubro assiste-se recorrentemente a uma metamorfose, o bestial passa a besta.

Dir-se-á que a educação é uma pasta complicada, uma pasta que confirma o principio de Peter, atingindo os bestiais o seu nível de incompetência, certamente em alguns casos assim será, mas, não será em todos. Ao longo de quatro décadas, vários governos e várias cores politicas, mas uma constante, o ministro é uma besta.

Admito que a pasta não seja das mais leves, admito mesmo que alguns atinjam o seu nível de incompetência, mas, de uma coisa tenho a certeza, ao exemplo de outros sectores, a educação está minada de interesses e ai de quem se atreva a tocar-lhes.

A educação é terreno fértil de negociatas que ao longo dos anos criou fortunas a grupos privados, escolas e livreiros os primeiros à conta do erário público, os segundos à conta dos encarregados de educação, os primeiros com a criação artificial de necessidades, os segundos com as jogadas de bastidores que anualmente obrigam a mudar todos os manuais escolares.

Não é apenas terreno fértil de negociatas, a educação é também a coutada de Mário Nogueira, um fundamentalista que de educação já pouco percebe, há décadas que não entra numa sala de aula a não ser de visita, mas continua a usar os professores como marionetes a bel prazer das garridas cores da camisola que vestiu no dia em que despiu a de professor. Daí talvez o seu enorme pavor às avaliações dos professores, certamente tem receio que, caso venha a ser avaliado, se conclua que já nem para aluno serve.

Diga-se em abono da verdade que nem o próprio Mário Nogueira, quando coloca o seu cinto de explosivos e rebenta com tudo à volta (certamente com a esperança de um dia ter 72 virgens à espera) desceu tão baixo para atacar um ministro como o fazem agora os interesses dos lucros privados recorrendo a todo o nível de baixarias para atingir e enfraquecer o actual ministro da educação. Tiago Brandão Rodrigues, teve o desplante de afrontar o poderoso comércio dos contratos de associação, a teia que se alastra sugando o erário público de fundos que servem para engordar as contas bancárias dos donos da educação, teve o desplante de afrontar os negócios privados e aqueles que, vá-se lá saber porquê, num estado laico usam dinheiros públicos para financiar escolas religiosas.

Rui de Albuquerque Carvalho, figura muito conhecida, de enorme interesse jornalístico, não obstante o facto de ser pouco mais que um ilustre desconhecido professor universitário em Coimbra, pobre universidade, não merecia ter entre os seus pares tão desprestigiante figura que se prestou ao pouco digno papel de tentar denegrir o ministro da educação. Claro que para isso teve o sempre disponível apoio do incontornável Grupo Cofina, os tais que têm por única norma deontológica a 11ª, criada especificamente para eles “não deixes que a verdade estrague uma boa história”.

Talvez por ser verdade contrariando assim a norma fundamental seguida pelo grupo é que nenhum dos títulos do grupo noticiou o facto de estarem penhorados por dividas ao fisco e à segurança social mesmo tendo tido um generoso perdão fiscal concedido pelo pafioso desgoverno em 2013. Nada disto foi notícia no correio da manha, ou na sábado, não foi capa nem primeira página mas, o ilustre desconhecido Rui Carvalho que acusa Tiago Brandão Rodrigues de burla, falsificação de documentos e apropriação de verbas lá está, com honras de capa.

Não tem importância nenhuma que a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), alegados lesados nestes ainda mais alegados crimes de que Brandão Rodrigues é acusado, tenha vindo a terreiro afirmar que não é verdade, nada indicia a prática de nenhum dos factos relatados por Rui Carvalho que terá tido deles conhecimento através de telefonema com a Cristina Maria, funcionária da FCT, vá lá, menos mal, pelo menos não falou com a Maria Albertina ou com aquele grande benemérito do CDS, o famoso Capelo Rego.

Em conclusão, o “criminoso” dizer que é inocente não conta para a Sábado, o que está certo, a “vitima” dizer que não foi vitima de coisa nenhuma também não conta porque ia, com a verdade dar cabo duma boa história, o que conta é o que um indivíduo, quatorze anos depois, resolva vir dizer umas barbaridades sobre crimes que se tivessem ocorrido não denunciou em tempo útil, sobre crimes de que não apresentou queixa tendo, dessa forma tornado-se cúmplice, por omissão.

E ninguém acha estranho? Ou melhor, os tipos que se dizem jornalistas não acham estranho? Claro que não, não faltava mais nada. Há agendas a cumprir e interesses a defender!

Tiago Brandão Rodrigues mexeu em interesses poderosos e está a pagar esse atrevimento tornando-se alvo de inqualificáveis  ataques terroristas (espero que o Arnaldo Matos não venha contrariar-me e dizer que não é um ataque terrorista mas sim um legitimo acto de guerra).

3 comentários a “Je suis Brandão (por Jacinto Furtado)”

  1. Atento diz:

    Kiros, quando ao lado de cada escola pública MEDÍOCRE estiver um colégio privado com contrato de associação para que TODOS os pais deste País possam escolher onde vão matricular os seus filhos, teremos então igualdade. O que estamos a subsídiar são colégios privados ao lado de MUITO BOAS ESCOLAS PÚBLICAS. Isto assim não pode!!!!!!!!!!!

  2. Albina Vasques diz:

    Cambada de assaltantes do meu País e sua população mais desfavorecida, que são os que não podem fugir aos impostos e tudo pagam.

  3. kiros diz:

    « E porque não se questiona, o porque das escolas publicas estarem vazias, a terem um custo elevado no orçamento de ensino, e as escolas privadas tendo um custo menor no orçamento do ensino e tendo um custo extra suportado por os responsáveis de educação, os privados estão cheios, são a opção e a procura seletiva?

    Pois os interesses instalados nas escolas publicas, que só serve os clientes eleitorais que são parte dos grupos corporativos no apoio a governos que exploram os mais desfavorecidos que são aqueles que criam e produze qualquer a riqueza que é distribuida e sustenta todo o estado e o orçamento de ensino que vai ser consumido por os interesses instalados, quando deveria ser aplicado na prestação de um serviço de ensino de qualidade, seja ele publico ou privado.

    Os Interesses intalados na escola publica, que é a escola que a esquerda de defende, a custo economico e social.
    9 Milhoes atribuidos aos sindicalistas
    300 Milhoes para docentes horario zero, que não prestam serviço de ensino e são um custo inutil que deveria ser aplicado nas condiçoes de ensino, como faz o ensino pretado no privado.
    O custo dos Milhoes das escolas vazias por não terem a procura devido as condiçoes e metedos de ensino.
    A tal grevezinha, tal aumentozinho que acontece somente nos serviços publicos e que implicam perdas de dias de trabalho, que implica uma menor produção de riqueza que os país dos alunos da escola publica, deixam de produzir a riqueza que sustenta o seu salarios e o salarios dos professores do ensino publico Portugues que são dos mais bem pagos do mundo em relação a riqueza que a economia do nosso País produz.

    Qual é a moralidade do publico impor ao privado o custo dos serviços que lhes garante um favirecido salario e quando esses serviços não estão a prestar serviço de um estado social, estão somente a servir os interesses instalados.

    Não é o estado, que financia o sustento de alguma coisa!
    Quem sustenta todo o estado incluindo o orçamento de ensino é o resultado do trabalho do sector privado, que contribui da riqueza que produz e dos salários que paga.

    Por isso a escola publica, como a privada são sustentadas por que sustenta o orçamento de ensino, alias sustentam todo o estado e a divida que esse estado faz para satisfazer os clientes eleitorais, que são os grupos corporativos que capturam o estado para poderem ser favorecidos na distribuição da riqueza que é produzida pelo sector privado

    http://www.dn.pt/…/pagar-a-colegios-fica-400-euros-mais…

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