A diva do Jazz português, de quem Zé Duarte disse que «sabe o que canta e canta tão bem como a Ella, Carmen e Sarah a espreitarem lá ao fundo», porque é verdade que a Maria tem um perfeito entendimento com as melhores vozes norte-americanas, fala a mesma língua e portanto a mesma linguagem jazzística.
Se já lá vai um tempão que não a vejo/oiço ao vivo (a última vez foi em 2010 no lisboeta Onda Jazz), podem então imaginar como me senti quando ela me “bate à porta” surpreendendo-me com um “mimo” e diz :
«Cá vai o video-clip do último CD “(Re)Cantos da Alma”. E como por cá ainda temos 0,1% de orçamento para a cultura, deixo-te o tema de abertura.
“Que mais querem de mim?”
Meu ar, pergunto eu?»
A sua versatilidade e plástica na voz, permite-lhe passear por outros géneros musicais como numa grande avenida. Este não é Jazz, é música portuguesa, mas não é fado, é uma nova invenção. Mas a sonoridade vem de 4 violoncelos, guitarra portuguesa e voz. Há Gershwin no ar ! A sonoridade, a obscuridade a uma meia-luz feérica, o cenário vazio que ela preenche, a teatralidade, tudo está perfeito e surpreende.
Pois eu quero tudo Maria Anadon, e tudo é ter o imenso prazer em fechar os olhos, respirar o som, saborear cada palavra cantada, ouvir-te a alma e deixar-me ir pelos teus caminhos, dividindo com todos os/as amigos/as em partilhas multiplicadas, o teu magnífico presente.
Até Jazz.
Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=_Q0KByvlp1w
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