Mulheres e Liberdade 

Um pano sujo de óleo de motor de um carro antigo encharcado na tromba e estamos quites.

psiuuu, não digam que não sabem que esta era a prenda para as mulheres de um certo país, com um aglomerado de tradições conservadoras, com homens que até hoje as querem defender a todo o custo… lembrem-se quando vos vierem dizer o quanto era bom o ranço e a naftalina do antigamente…

  • debaixo de um lenço preto a cobrir o cabelo e o bigodinho que crescia livre, elas não tinham direitos. Tinham tradições a cumprir. Eram objectos dos maridos e dos homens em geral incluindo do Estado, que distribuia generosamente leis que as manietasse. 

Não votavam (quando havia eleições a fingir). Tinham donos e senhores – as meninas trabalhadoras que vinham da província para servir nas casas grandes, muitas eram sujeitas a abusos incluindo abusos sexuais. 

Não tinham autorização para estudar, não viajavam sem autorização do marido, não podiam ter passaporte, levavam porrada se refilassem, podiam ser mortas pelos maridos se apanhadas em flagrante delito de adultério, os ordenados eram recebidos pelos maridos, as telefonistas não podiam casar por falarem ao telefone com muitas vozes masculinas, as mulheres podiam ser repudiadas pelos maridos se não viessem virgens para o casamento, havia a tradição de deixar os filhos sem nome “filhos de pai incógnito”, ou os pais nunca os reconhecerem e/ou abandonarem simplesmente os filhos.

Imaginem quanto ódio foram acumulando, por educação, cultura e tradição estes homens conservadores do antigamente, que queriam as mulheres no único lugar que lhes dava estatuto…o lar, ou nos bordéis para lhes servirem de repositório das suas necessidades. 

Era tão bom o antigamente…E o antigamente foi até há 50 anos. 

Amigos do antigamente não há forma de voltar atrás. Não há! Mesmo que o queiram. Não funciona assim. 

Só indo de tanque fazer uma revolução, lavando a roupa suja, trazendo a roupa suja do passado para que ninguém se esqueça.

Anabela Ferreira

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