Com uma vassourada. Com um movimento de solidariedade para recolha de fundos em moedas de dez cêntimos. Este movimento aceita pacotes de esparguete e açúcar. Ou bifes. Ou dez por cento do subsídio que algum calão que viva do dito possa dispensar. Também aceita o tabuleiro do jogo monopólio com novo nome: Omnipresente ES Com a carta que o livra da prisão. Ponto de encontro do movimento: uns kilometros abaixo da Comporta dos ricos, ali em Pinheiro da Cruz. Gostavam? Mas ele safou-se. Usou a carta do jogo. Até agora tem-nos usado. Os lucros cabe-lhe a ele o direito de receber. Os riscos e as perdas cabe-nos pagar. De Belém da casa de José e Maria asseguram que não seremos nós a pagar a corrupção, as negociatas, as perdas. Estou mais descansada…acabo de acender incenso e mirra. O ouro está guardado pela família do ES. Até agora o domínio do Monopólio está em salgado, em taças de água benta, aspergida pelo espírito santo de uma sagrada família. Omnipresente em todos os jogos. Cuidado. O assalto deve estar a ser preparado. Os da Assembleia da República que fazem leis, os negócios das empresas, dos (bes) governos, dos (bes) reguladores e por fim do (bes) poder. O silêncio do palco do poder é ensurdecedor. Ou talvez não. São todos pernas do mesmo polvo. Comandados por um Omnisciente Espírito Santo. Três milhões? São peaners salgados. O Espírito é demasiado Santo para uma prisão. E espíritos não se deixam prender. Têm sempre sorte ao jogo.
Anabela Ferreira
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