O PCP, partido para o qual as eleições “são um desvio de direita”, rejeitou a censura à condenação dos activistas angolanos detidos desde Junho sem que nenhum tribunal tivesse ordenado a prorrogação da prisão preventiva… Por terem escrito um livro!
Convém porém referir aquilo que a Comunicação Social Portuguesa – a única coisa que em Portugal ainda é pior do que a política – sonega criminosa e impunemente: Luaty Beirão, é um Cidadão Nacional Português.
Se o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva sussurra discretamente que “confia na legislação angolana”, já o Marcelo Rebelo de Sousa diz que Angola é “um Estado de direito democrático” e que espera que haja “uma tramitação normal dos processos judiciais”…
Nunca senti tanta VERGONHA de ter alguém como presidente. Nem mesmo Aníbal Cavaco Silva.
O Governo angolano é encabeçado por um ditador sanguinário que é hoje um dos homens mais ricos do mundo enquanto o povo morre à fome. Em Luanda – onde não se sabe nada sobre o resto do país; sendo normal que nos resto do país não se saiba o que se passa em Luanda – grassa um surto de febre amarela está a dizimar a população pobre. Mas como são pretos, os portugueses não estão preocupados com isso.
Mónica Almeida, mulher de Luaty Beirão, considera que o Governo português é cúmplice do Governo angolano. E TEM TODA A RAZÃO. Tem finalmente Portugal políticos ao nível dos seus eleitores. Gente que, havendo crianças a passar fome, se dedica a querer proibir a cozedura de caracóis. Gente que elogia o GNR por ter morto uma criança cigana. Gente que alçou o grande derrotado das eleições a primeiro ministro, mesmo sabendo de tudo o que fez em Lisboa (e se não sabem, tanto pior!) e que faz Cavaco Silva parecer uma autêntico homem honrado…
Abaixo de zero.
No mais baixo nível da degradação moral.
Um retrato fiel de um povo inteiro.
Sendo eu um dos poucos jovens que restam a um país que, com 10 milhões de habitantes, perdeu desde 2007 a esta parte, cerca de 1,5 milhões de jovens, só me resta dizer uma coisa.
Para que fique bem claro: Sinto uma enorme vergonha da maioria dos portugueses.
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