Um humorista pequeno, decidiu fazer uma graçola com a situação de uma jovem que alega ter sido sequestrada e violada durante 15 dias. Não só não teve graça, como ultrapassou todos e quaisquer limites. Nada lhe acontecerá e na sua página do facebook, foi aplaudido por milhares de fãs. Apesar de o comentário ter sido publicado como “público”, respondeu que o perfil é privado. E terminou, dizendo que “de vez em quando é preciso despejar o lixo”. Lixo, aqueles que o ouvem,portanto… Nada lhe acontecerá (neste país nunca acontece nada a ninguém…). Tal como nada aconteceu quando o mesmo disse que o Malato é “um tipo perfeitamente abjecto […] e é mesmo daqueles de se passar com um carro por cima“, criticando-o por ter sido fotografado em Espanha, num bar frequentado por “gays”, em tronco nu… Malato respondeu que “é só um atrasado mental”.
Uma sociedade que não se indigna com nada (mesmo nada). Uma sociedade que goza com a velhice, com a miséria e com a doença. E que até já goza com violações… Uma sociedade que “não liga” aos que os políticos fazem, apesar da evidência de que é a política que determina se os salários um dia deixarão de (mal) dar para pagar a renda, luz, água e gás. E mesmo assim, não há descontentamento nenhum (pelo menos que se veja; nem dos filhos gostam?). Há apenas um conformismo amordaçante e uma “resignação” que não deixa espaço para descontentamento. Uma coisa é a antítese da outra. O povo já está treinado e a “terra queimada” agrada a alguns.
Celebremos a desgraça que aí vem. Há muitas coisas que a convulsão social pode trazer. E muitas coisas que fará seguramente desaparecer. Quanto pior, melhor. Para a frente é que é o caminho. Mesmo que seja a andar de costas.
O português está podre. Daqui a poucos anos estará putrefacto.