Como cliente, fui intimada para depor no Tribunal do trabalho de Lisboa como testemunha do Banco Millennium BCP. Sim! O mesmo banco, onde mantive uma conta à ordem e apliquei minhas economias por 4 anos, nomeou-me como testemunha em um processo trabalhista contra meu marido, funcionário na referida instituição há mais de 20 anos.
Apenas para esclarecimento, quero lembrar que abri a conta no Millennium BCP em 27 de março de 2009 e apenas em 27 de março de 2011 que me casei com o funcionário do Millennium. Ou seja, não abri conta porque me casei, pois eu já era cliente! E tal como era antes do casamento, continuei a ser cliente…
Eu, acreditando que seria apenas para esclarecer que realmente pedi ao meu marido que descontasse-me alguns cheques, não hesitei em depor, apesar de como esposa ter o direito de não falar.
Mal eu sabia que o Banco Millennium BCP, durante a audiência do Tribunal do Trabalho de Lisboa, entre outras coisas colocaria em causa a origem das minhas economias. Nunca imaginei que o seu representante declararia em alto e bom tom, nesse mesmo TT, e perante diversas testemunhas, dentre as quais se inclui o próprio Juiz, que o dinheiro que economizei, e juntei mês a mês, deveria ser investigado. Foi isso mesmo que aconteceu!
As tais economias, que são as mesmas que sobravam do mesmo salário que eu recebi através dessa instituição durante quatro anos, precisam ser investigadas, já que que o Millennium BCP, que se serviu dos meus extratos bancários, tanto que constam nos autos do processo, não prestou atenção à evolução da minha poupança, o que seria muito simples, pois o salário entrava e o que sobrava ia se acumulando na conta.
Quando eu tinha uma quantia razoável na conta à ordem, alguém do Millennium BCP telefonava-me para me convencer a aplicá-la. Contudo, e apesar de as chamadas serem gravadas, o Millennium BCP não sabe disso. Tanto não sabe que me chama no tribunal do Trabalho para dizer a mim e a todos os presentes que a origem de minhas economias precisam ser investigadas.
Por que o Millennium sugere que minhas economias precisam ser investigadas, se a única conta bancária que eu tinha estava no próprio Millennium BCP?
Pode um banco levantar uma suspeita assim sobre uma cliente, e justamente num local onde não se pode responder?
Parece que no jogo que o Millennium BCP joga, pode tudo…. Para um banco que não tem problemas em usar meus dados bancários, verificar um histórico de quatro anos seria muito mais simples, principalmente porque esse histórico está em seu poder, mas, talvez, não seja ético… (ou seria conveniente?) Como se isso não bastasse, o representante do Millennium BCP, ainda disse que eu, como brasileira, não poderia ter conhecimentos bancários. Portanto eu só poderia estar mentindo…
Isso não é preconceito racial?
Eu me senti discriminada, humilhada, injustiçada e muito impotente. Pois tudo isso foi me dito no Tribunal, ou seja, onde eu só poderia ouvir e mais nada.
É justo isso? O banco que eu confiei desconfiar de mim, nunca conversar comigo e me chamar como testemunha para me humilhar, para insinuar que minto e declarar que minhas economias precisam ser investigadas?
Tudo parece ter sido tão ardilosamente planejado para denegrir-me, questionando sobre mim, uma simples cliente, num momento que eu não pudesse falar. Por isso estou escrevendo, porque não me deixaram falar…
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