Tem-se referido que a aliança do Siryza com um partido de Direita, os Gregos Independentes, seria uma aliança contranatura. Pires de Lima, disse isso hoje mesmo, invocando a estranheza de tal acordo, e temendo a destruição da classe média. Que fraca figura, e discurso sem nexo, o de Pires de Lima. Não percebeu que a classe media grega já está destruída e que tal destruição foi um dos motivos essenciais que levou o Siryza ao poder. E quando a classe média portuguesa, está ela própria, já destruída em consequência das politicas de austeridade conduzidas por Passos Coelho e os seus acólitos, o desabafo de Pires de Lima é o queixume de um derrotado, um canto de cisne moribundo.
Contudo, tal aliança só revela o pragmatismo do novo Primeiro-Ministro grego.
Alia-se com um partido que resistiu a todas as pressões para contribuir para sufragar o Presidente da República, o que, a ter acontecido, teria evitado as eleições gerais antecipadas ontem realizadas.
Alia-se com um partido que tem como pedra angular do seu programa um nacionalismo profundo, que coloca a Grécia-Nação e o seu povo, numa postura de verticalidade perante os interesses estrangeiros que Merkel e quejandos lhes têm imposto.
Alia-se com um partido que não esquece o passado da Grécia e todas as humilhações e saque de recursos que a Alemanha impôs ao País na Segunda Guerra Mundial. Humilhações e esbulhos que se comprometeu a reparar e que ainda não realizou na totalidade.
A fatura da dívida alemã para com a Grécia, nunca liquidada na totalidade, vai ser apresentada à D. Merkel, e Kammenos, o líder dos Gregos Independentes, é tido por um negociador temível. A esta hora, em Berlim, os humores e as testas na chancelaria não devem estar nos seus melhores dias.
Em suma, alia-se com um partido que, presumivelmente, não irá tolher-lhe o passo quando tiver que assumir uma posição dura nas negociações com a União Europeia.
Assim em Portugal também se conseguisse uma frente política, legitimada por uma maioria eleitoral, capaz de colocar os interesses da Pátria e de Portugal, acima de quaisquer outros interesses.
Mas tal só pode acontecer quando, mais que ser de direita ou ser de esquerda, as forças políticas sejam pelo país, honrando o os pergaminhos do seu passado, e querendo construir um futuro de esperança, num país independente. Ou seja, se as forças políticas forem PATRIÓTICAS.
Não é o caso deste Governo de vendilhões do templo, que vendem o pouco que resta da nossa soberania, a qualquer flibusteiro que se lhes apresente uma bolsa de dobrões de ouro e lhes sirva um prato de lentilhas.”
(*) Nota da Redacção: Estátua de Sal é pseudónimo dum professor universitário devidamente reconhecido pelo Noticias Online.
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