A notícia surge envergonhada nos órgãos de comunicação social. Alguns deles nem referência fazem ao sucedido, e quem o faz, traduz (em alguns casos) os «quatro meses de salários em atraso» como banais, pela forma como o reporta, o que espelha bem, as prioridades deste nosso jornalismo(zinho) em Portugal.
Por sua vez, as declarações de João Pinto (deputado do MPLA) onde defende «a valorização das empresas nacionais» e «valorizar o mercado nacional» passam serenamente, como se de uma coisa normal se tratasse.
Do nosso Ministro das negociatas estrangeiras (temos Ministro?) nem uma palavra, ou manifesto, pelo menos aparente, pois a ocorrência assim o exige. E a ocorrência assim o exige, porque o que está em causa não será a «falta de divisa» para as transacções em sintonia com o decréscimo das exportações de petróleo angolano, mas sim, e como o deputado João Pinto deixou “escapar” «as divisas são caras», o que eleva o problema a um patamar muito mais elevado do que o inocente e manhoso argumento da falta de divisa.
Angolano actual já não maneja uma Armalite 7,62, sua arma dedicada de infantaria na guerra colonial, e estará mais audaz e actualizado na forma de dominar a palavra, ou a política entre nações.
Em angola, o pedreiro ou carpinteiro Português tem os dias contados, porque quem se salva são os empresários que empreguem «mão-de-obra angolana».
Apetece-me dizer tanta coisa, mas o carácter assola-me a ponta dos dedos e o pensamento, felizmente que ainda não se reporta automaticamente para o papel.
Nunca acreditei no “Óasis” angolano, e não sou o único…
(Nota da redacção: Ipsis Verbis é o pseudónimo usado por um autor devidamente identificado e reconhecido pelo Noticias Online)
Deixe um comentário