Como eu querida ser Islandesa. E ter políticos, povo e tribunais como os Islandeses têm agora. E fazer uma revolução democrática tratando como único lixo os mercados, a banca os políticos e os credores.
Não suspender a democracia oferecendo em troca precariedade e austeridade, mas sim suspender pagamentos, dívidas, ratings e suspender nas cadeias os políticos e os banqueiros como fez a Islândia.
Até sonhei. Um sonho lindo com neve e lagos. E gente a exigir o fim dos privilégios de uns quantos em nome da liberdade e da vida de muitos. Estou sempre a sonhar. Por engano tinha ido parar a um universo paralelo desenvolvido. Naquele momento, estava de regresso a terra, onde as formigas laboriosas se iriam continuar a esforçar por destruir o pouco que restava da ética.
Nasci no seio da nacionalidade de um povo que procura o seu fim -quem sabe por vingança ao Rei que batendo na mãe porque ia entregar de bandeja o condado (como hoje se faz) entregando-a ao reino vizinho- a fundou há 900 anos.
Um povo que só pensa em se entregar. Uma prostituta que se vende e vendeu sempre baratinho. Às vezes nem cobra. Faz o serviço e diz ao cliente com um sorriso «paga depois com um lugar de administradora não executiva, ou um cargo simpático algures »
Somos uma prostituta entre muitas, na era da tecnologia que a todos nos liga, mas está casada com a desconexão entre pessoas, famílias, amigos; na era da ganância e privilégios apenas para uma pequena minoria; na era da política, como circo e jogo sem regras, sabe-se que Portugal tem meio milhão de analfabetos, as mulheres morrem diariamente às mãos dos homens que as dizem amar e a pobreza atinge números assustadores que leva à ruptura dos laços em sociedade.
Para quem fica, ou para quem foi obrigado a sair, dói ver uma Nação pequena, fácil de vender- sem oposição- que se tornou a caverna de Ali Bábá e que grita aos compradores «Evaristo tens cá…uma casa às tuas ordens».
O Santo Graal da Seita (internacional) é deitar as mãos ao Pote por detrás do arco-íris que se chama política, partidos, lugares estratégicos, banca e por aí continua. Sabem bem o que fazem e o trabalho laborioso destas formigas merece um rating triplo A.
Não há palavras que poetas possam encontrar para diminuir a dor ou confortar corações que se tiveram de separar e de quem assiste no balcão do pátio ao esquartejamento da Nação. Apenas sonhar com uma revolução. Como se os portugueses tivessem sangue islandês.
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