Li há dias uma crónica de Ferreira Fernandes sobre a condenação por “prevaricação” de um autarca por, supostamente, ter favorecido um primo em 6º grau, num concurso público de recrutamento de pessoal. Refira-se que o município em questão, Penela, é uma pequena vila de 3000 habitantes. E ao saber da sentença, o condenado disse: “Não merecia isto.” Ser primo em 6º grau, foi facto determinante na condenação e trazido à baila pela acusação. Numa leitura estrita, isso significa que o autarca e o favorecido têm um mesmo bisavô. Numa mais lacta, que têm o mesmo hexavô (bisavô do trisavô). Em todo o caso, são muitos primo, numa pequena vila de 3000 mil habitantes. E o comentador termina assim: «Sobre alguém ter sugerido uma ligação familiar? Uma canalhice.».
Pois é exactamente nisso que penso quando leio uma notícia (em sentido lato…) em que se refere que a mãe de Sócrates terá ajudado o dito a esconder o computador e várias “pens” retiradas do seu apartamento no edifício Heron Castilho, em Lisboa.
Bem sei. O processo está em investigação e por isso, a notícia, ou é falsa, ou consubstancia um crime de violação de segredo de justiça. Mas vamos admitir que a notícia é verdadeira.
Saberia a senhora que o computador e as pens teriam informação sensível relativa a factos criminosos?
E mesmo que soubesse, uma mãe, normal, não o faria?
A resposta à primeira pergunta, é evidente: uma canalhice.
A resposta à segunda pergunta é mais complicada.
Mãe, é mãe. E qualquer mãe daria a vida pelo filho.
Mas há filhos que não conhecem a mãe.
No Jornalismo e fora dele.
São canalhas e pior que isso, são filhos da “mãe“.
Se é por o serem que se fizeram canalhas, isso, não sei.
Apenas sei que que este povoado é um feudo de canalhas e de filhos da “mãe“, vassalos uns dos outros.
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