Pedagogia Jonet

Aprender a gerir esmolas é fundamental junto do povo com maior iliteracia financeira e económica. Felizmente há por aí quem se disponibilize a fazer pedagogia e explique a loucura das mentiras, ditas diante dos nossos olhos para nos confundir.

Kudos para aqueles que desmontam políticas de esmolas como aqueles que desmontaram políticas “além da troika” e os que desmontam a guerra corrente.

Os que fazem desinformação com o propósito exclusivo de enganar velhinhos e tolos não descansam e sabem bem o que fazem.

Afinal já não somos tão iliteratos assim. O rei vai nu e a populaça já viu.

Ou seja, partidos que metem social ou socialismo com ou sem democracia no nome, que um dia já foram de esquerda ou do centro, hoje dão o ouro aos bandidos – os da direita declarada que se regem pelo mote “os pobres não passarão” – ao praticar a religião de curvatura cega ao profeta dinheiro.

Quando alguém nos quer ensinar a gerir 125 Euros (sabendo todos nós que a muita gente vai trazer um pão extra) é o mesmo que dizer: não comas bife (só dá uma refeição), compra antes 10 latas de sangacho de atum (dá uns 4 ou 5 almoços). Significa mais umas refeições ao longo dos doze meses do ano. Esta pedagogia também eu a sei fazer. Dah!

A malga de sopa com um pedaço de toucinho para a janta acompanhada de uma côdea de pão está prestes a regressar, como no tempo de Salazar.

O regresso das trevas e da barbárie já esteve mais longe.

A pobreza é um grande negócio, tal como o é a guerra, e a prova está aí nos dois momentos frágeis que atravessamos, e diariamente não apenas nos cega como sentimos entre as costelas que seguram o estômago. Em breve sentiremos no frio nos ossos, quando o um euro de desconto na factura da electricidade for desviado para os mais 10 euros na bilha de gás.

Quando tantas políticas verdadeiramente sociais, justas e dignas se podiam fazer. A começar na taxação das empresas com dividendos obscenos, só para mencionar uma medida. Há por aí economistas que sabem do assunto e explicam muito bem. Eu aprendo com eles.

Percebemos sem necessidade de pedagogia jonet (como a partir de agora lhe chamarei) que os Robin dos Bosques continuam a roubar os pobres para dar aos ricos, juntando-lhe o circo da nossa indignação (vertida apenas nas redes, uns contra os outros) fazendo a transferência de poder ao grupo de energúmenos da direita na AR e por esse mundo fora.

Convém ir repetindo estes “clichés” porque pertenço ao grupo do povo iliterato nestas questões todas, mas sei ver.

Sei também que como humanos somos um ecossistema frágil. Quando confundidos com as mentiras certas ficamos cegos para a loucura diante dos seus olhos. E a loucura das mentiras está à nossa frente, no meio de nós a confundir-nos. Não deixem.

Anabela Ferreira

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