Pingo Doce de Mafra transformado em “campo de concentração”

imageA situação no Pingo Doce de Mafra tem sido objecto de intervenções e exigências à direcção do Pingo Doce, de correcção

e de respeito pelos direitos dos trabalhadores, com muito poucos resultados.

Entretanto a situação voltou a agravar-se e é a seguinte:

Horários:

Os mapas de horário em vigor no mês de Fevereiro deveriam ter sido entregues aos delegados sindicais para consulta

até 15 de Dezembro e expostos até 30 de Dezembro, foram afixados, sem consulta, para conhecimento dos trabalhadores

no dia 26 de Janeiro, e em média são alterados 5, 6, 7 vezes durante o mês.

Os dias de descanso, dois em cada semana, são afixados e alterados de véspera ou no próprio dia, sem conhecimento

e consentimento do trabalhador.

De tal modo há desrespeito pelos trabalhadores e sua família, que vão ao ponto de dizer no próprio dia que está de

folga, ou então no final dia quando o trabalhador termina o seu turno, é-lhes dito que, amanhã não vens trabalhar,

estás de “folga”.

Fardas:

Na secção da peixaria aventais rotos, na charcutaria para além dos aventais as luvas quase desfeitas. No turno da

noite as trabalhadoras tem que lavar os instrumentos de trabalho e as grelhas e assadores com produtos altamente

corrosivos, com as luvas nessas condições. Uma trabalhadora já ficou com uma das mãos queimada.

Higiene e Segurança:

As trabalhadoras das secções são forçadas a limparem e lavarem os contentores do lixo e casas de banho com o

mesmo fardamento com que trabalham nas secções e atendem os clientes, possibilitando contaminações perigosas

para a saúde dos consumidores.

Revista aos cacifos individuais:

De vez em quando o gerente (Carlos Silva) lembra-se e revista os cacifos, os que estão fechados chama os trabalhadores

para os abrirem. Os ausentes, ele, sem dar conhecimento a quem os utiliza, revista-os na mesma.

Pior e mais desrespeitoso que nas prisões.

Recibos de vencimentos de 2013, entregues em Dezembro:

Os recibos de vencimento de todo o ano de 2013, foram entregues aos trabalhadores no final de Dezembro.

Compensação do trabalho a mais não remunerado:

Os trabalhadores que trabalharam a mais em 2013, não receberam a respectiva remuneração suplementar, tendo

sido obrigados a aceitar a compensação em horas, por igual tempo, no mês Janeiro de 2014, saindo 30 minutos

mais cedo todos os dias.

As reclamações dos trabalhadores de serem compensados de outras formas não foram atendidas.

Relações desumanas:

O gerente mais o subgerente e a secretária de loja, tem por hábito, chamarem as trabalhadoras ao gabinete, uma a

uma, fazem um círculo, a trabalhadora fica no centro, e aí começam as humilhações verbais e ameaças, de tal modo

que são habituais depressões e baixas médicas nos dias seguintes.

Há dias em que o gerente, está horas e horas, encostado por exemplo junto da peixaria, charcutaria, “a olhar” para

a/s trabalhadoras a “provocar com piadas sobre estas”, na presença de clientes.

De tal ordem que clientes já se manifestaram contra e declararam solidariedade aos trabalhadores.

Os trabalhadores, metidos neste campo de concentração, estão cansados de ser desrespeitados, por isso avançam

para a luta de que esta denúncia é a primeira iniciativa.

Lisboa, 20 de Fevereiro de 2014

A Direcção Nacional do CESP

20 comentários a “Pingo Doce de Mafra transformado em “campo de concentração””

  1. Artur Duarte diz:

    Aqui está mais um exemplo da ausência dos sindicatos deixando os trabalhadores serem massacrados por uns filhos da puta que mais não são do que carrascos ao serviço dos pingos doces, bastante amargos, OS SINDICATOS AS CENTRAIS SINDICAIS DEVIAM ESTAR PRESENTES NA SOLIDARIEDADE COM OS TRABALHADORES MAS NADA FAZEM APENAS PORQUE APENAS FAZEM FIGURA E O JOGO DOS GOVERNANTES COMO SE TEM VISTO AO LONGO DOS ANOS…..

  2. guerra diz:

    o que esse senhores estao a fazer deve ser um presente envenado atraves de um outro gerente que la esteve e agora gerente da loja a que eu pertenço ele tentou fazer isso mas deu se muito mal porque nos somos muito unidos mas claro tem a queles que tem a mania que aprovao tudo o que eles fazem comigo nao ele tentou mas teve pouca sorte

  3. Paulo diz:

    Coisas que acontecem com fartura na banca,,, tb… é o habitual desde há anos!!!!

  4. isabel tato diz:

    Gostaria de perguntar aos Doutores e Inspetores do Ministério do trabalho se não seria melhor sair das cadeiras onde passam o dia sentados e fazer inspeções a este tipo de situações. Se fosse uma pequena empresa já teria sido penalizada mas os Grandes Grupos compram tudo . eh muito triste viver num país assim.

  5. Bruno diz:

    Muitas destas coisas passam-se em quase todas as lojas do pingo doce, nenhuma loja paga horas extras, é tudo para gozar em horas, quase todas as lojas as folgas e isso são alteradas consoante a loja precisa ou não, agora tudo depende do ambiente e do gerente, quando se deixa de pedir e passa a ser um direito adquirido e grave, quando se trabalha com bons colegas de trabalho e com bom ambiente tudo se torna mais fácil, agora quando se trabalha com gerentes que se acham ditadores, e são apenas gerentes de escritório, quem quis isto foi o pingo doce, que antigamente tinha verdadeiros gerentes, pessoas de loja, começou a cortar em tudo, funcionários, horas extras etc etc começou a abrir muitas lojas e não tinha gerentes da casa para tanta loja começou a colocar externos ( pessoas que concorreram por candidatura sem qualquer experiência de loja ou relações humanas ) mas que tinham o curso de engenharia alimentar e por isso iam para gerentes sem saber trabalhar com um porta paletes, ou sequer igualizar uma secção, e ai começa tudo a cair, com a redução de pessoal ainda mais agravou esta situação dos horários porque agora é apenas um funcionário por secção de reposição nas pequenas lojas, nas folgas o das bebidas ou outro qualquer tem que repor as outras secções, as folgas são alteradas muito mais vezes, alguém mete baixa, a da limpeza que vai para peixaria etc etc isto é apenas uma gota no oceano do que se passa, muito pela falta de formação de relações humanas e de loja de muitos gerentes e distritos porque o exemplo vem de cima, quando alguém manda em nós e não entende nada do que está ali a fazer estamos mal, mas muito disto nem chega as orelhas do patrão mas fica nos olhos dos distritos empoleirados pelo seu posto e poder dado e com muita falta de perfil.Fiz muitas noites, fiquei com muitas horas a dever, mas nunca pedi nada, porque tinhas espírito de equipa e gosto no que fazíamos, éramos todos a lutar por uma loja que não era nossa mas ao mesmo tempo fazíamos dela ser nossa, mas acima do gerente há quem não entenda isso e quem menospreze este trabalho árduo feito diariamente em todas as lojas do pais.Gerente não manda…Coordena a equipa!

  6. Joao diz:

    Fico na duvida se será apenas um trabalhador ou vários…
    Porque se são vários a solução e simples….façam vocês uma rodinha ao gerente/chefe, qualquer questão que possa haver ninguém viu nada.
    Se for só um, fixe a matricula da viatura do chefe…um pneus novos ou pintura nova não fazem mal nenhum a certas pessoas….

  7. Miguel diz:

    Sou funcionário do Pingo Doce, não em Mafra mas noutro ponto do País, há alguns anos e posso dizer que este caso não é regra nas lojas PD. Não tenho qualquer cargo de chefia nem de responsabilidade que me obrigue a ter uma posição tendenciosa, por isso posso falar livremente daquilo que conheço de todos os dias de trabalho. Esta situação é vergonhosa, e sei que o PD se esforça para que não haja este tipo de escândalos porque, publicidade à parte, só afasta os clientes daquela loja. Também sei que, pelo impacto mediático que isto teve, muita gente nos lugares de topo deve andar furiosa com os responsáveis directamente relacionados com a loja. Nunca foi admissível nem regra no PD deixar que nos maltratem, os chefes têm também chefes a quem têm de prestar contas tal como nós, e, pelo menos no meu caso, sempre senti que os districts estavam sempre lá para nos ouvirem se tivéssemos alguma queixa a fazer (porque também gostam desses casos para “dar nas orelhas” dos chefes de loja). Quanto ao material, é verdade que se tem de poupar, e somos um bocado forçados a isso, mas a nível da companhia nunca houve recusas a pedidos de fardamentos e EPIs; se aquela loja não os tem é porque não os pede… O PD tem defeitos, não é só maravilhas, há sempre muita pressão para atingir objectivos, mas os factos indicados nesta notícia quanto à loja de Mafra, posso dizé-lo, não correspondem à regra. (Desculpem o tamanho do texto…)

  8. carla pires diz:

    Ainda bem que só trabalhei lá um dia.
    Entrei às 9H não tive qualquer formação, estive a observar uma colaboradora e 2h depois colocaram-me na caixa sob a orientação de uma colega, com stress de quem nunca esteve naquela situação e acabada de sair de uma depressão e sob o olhar tanto dos clientes como das colegas disseram-me que no 1º dia não era conveniente me sentar portanto fui almocar às 13 h voltei às 14h e como era o meu 1º dia nem à casa de banho fui, saí às 19h 30 pois disseram-me nunca sabemos quando saimos !! Fiquei com a impressão de que tinha sido atropelada por um camião, com fome e uma bruta dor de costas pois estive 5 h na mesma posição só mexia os braços e a cintura, desisti fui o meu 1 e unico dia. Mas não fazia a minima ideia de que se passava isto tudo…………..

  9. Norberto Rodrigues diz:

    Não culpem!!! Arranjem soluções!!!, A minha solução será,… cada vez que me desloque ao Pingo Doce de Mafra, oferecerei uma flor a um (a) trabalhador (a)!!!

    • Jorge diz:

      Sem dúvida você é um cavalheiro. Eu não faço compras no ‘Pingo Doce’ desde que o Alexandre Soares dos Santos transferiu a sede da empresa para a Holanda. ‘Tout court’!

      • Ramos diz:

        Boas
        Então não faz também compras no lidle nem no continente pois esses também têm as sedes fora de Portugal!!

        • sila diz:

          desde quando o continente ten sede fora? sede Matosinhos dahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

          • Jose Fonseca diz:

            Matosinhos como quem vira à esquerda para Amsterdão? nenhuma das empresas do psi 20 tem sede cá ….

    • Rui diz:

      Sim, realmente essa é a solução. Uma flor compensa todo o trabalho e exploração…

  10. Jorge diz:

    Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta,
    Guerra Junqueiro – 1896 in ‘Pátria’

    Mais palavras para quê?

    Uma só conclusão: Temos o que merecemos. Há uns que emigram para a Holanda para fugir aos impostos sem antes deixarem de ser recebidos nas nossas televisões e largarem as suas ´poias’ que essas sim deveriam ser eles a comer. Há outros que dão ‘vivas’ ao povo ucraniano.

    • João Figueiredo diz:

      @Jorge

      Ah, então a culpa é do povo? Ok…

      • Jorge diz:

        Meu caro João Figueiredo,

        Infelizmente assim parece. Om povo é soberano em qualquer estado de direito e onde impere uma democracia capaz. Não basta queixarmo-nos, lamentarmo-nos, reduzir as nossas críticas ao simples ‘dizer’. Há que reagir, há que contrariar.

        Os Romanos, por ocasião das suas invasões na Península comentavam que para os lados do oceano atlântico havia um povo que nem se governava nem se deixava governar (lembra-se desta parre da História?). Referiam-se aos lusitanos. Guerra Junqueiro no seu livro ‘Pátria’ em 1896 afirmava o que eu citei no meu comentário anterior. NÓS podemos tudo consentir, ou, em alternativa, podemos tudo CONTRARIAR. É uma questão de opção. Do resto, o meu amigo, já poderá por aqui concluir o que eu queria dizer.

      • Tiago Rodrigues diz:

        A culpa é apenas do povo. Manifestem-se, gritem, reivindiquem, façam-se gente aos olhos de quem vos faz animais. Façam das palavras as armas e se não chegar usem as mãos. Quem se deixa humilhar e subjugar não é cidadão, é escravo. Se a violência não é resposta? Não, mas é um ultimo recurso. O Pais é do povo, e o povo unido jamais será vencido

        • Hugo martins diz:

          Sentado a teclar no meu computador sou o maior revolucionário deste pais,quando passo na rua ninguém me conhece porque nada fiz…….

          • Tiago Rodrigues diz:

            Deve ter uma bela moral para falar…e se não me conhece, não fale… olhe para o buraco do seu rabo antes de falar do umbigo dos outros. Apenas me ocorreu essa analogia apos ler a merda que escreveu…

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