Tenho a sensação que estar na política é o mesmo que frequentar casas de alterne onde pagas e em troca dão-te whisky marado e péssimo sexo – se chegares a tê-lo. Votamos e delegamos e só nos sai whisky marado e sexo…nem vê-lo. Ou então fodem-te. Mas muito muito mal. Nem pensas em adormecer, levantas-te de olhos esbugalhados com uma única vontade: apanhar as cuecas, vestir nas escadas de serviço e sair a correr com vergonha.
Já nem para o serviço servem.
“Se te queres conhecer age. Só quando agimos nos medimos verdadeiramente com os demais”. A frase de Goethe ensinou-ma o meu avô quando eu era ainda pré-adolescente e nem pensava em sexo. Se ensinássemos aos nossos filhos desde cedo a ter esta consciência fazíamos menos erros contra o nosso semelhante. E teríamos melhor sexo. Quase que diria, faríamos o amor.
E até nos aproximávamos da política. Reforçando-a com a aplicação à coisa pública ou ao estar ao serviço.
Hoje estamos ao serviço do capitalismo – mais do que das pessoas – por isso mais uma razão para tomarmos o antibiótico Goethiano a começar no Estado.
O Estado, essa entidade de irresponsabilidade ilimitada em que se tornou é constituída pelos cidadãos que apenas contribuem para as despesas do dito e cada vez menos dele colhe benefícios.
O Estado colocou-se ao serviço do sistema que se desresponsabiliza da vida humana e da saúde do planeta. É o bar de alterne sem qualidade que especula e recebe dos clientes e em troca oferece serviços marados. E bom sexo? Nem cheiro!
Os furos em Aljezur vão prosseguir, a exaustão do planeta vai continuar, a especulação da vida humana vai prosseguir. E quem contrariar “leva” com os cacetetes da polícia do Estado.
Assim, quem chega ao poder – cidadãos vindos dos seus Estados e não seres alienígenas – esquece-se de separar as funções como indivíduo e como indivíduo ao serviço do colectivo.
Porque nunca leu a cartilha de Goethe, agindo para se medir verdadeiramente com os demais e só então, nesse momento, se conhece a si próprio e se dá a conhecer.
Quem serve o colectivo com mandato em nome do colectivo fá-lo exercendo o poder, para que as necessidades dos que menos têm sejam supridas e, as desigualdades venham a desaparecer em vez de apenas providenciar para que os lucros cheguem a muito poucos.
Assim vamos conhecendo as agendas reais de quem foi comprado pelos mercados – essa eminência parda do actual regime – e nele se vende. A política é coisa séria. Nem todos são feitos dessa massa de boa patanisca.
É do colectivo que saem os bons e os maus políticos. Por isso se destrói a Educação. Para que não se aprenda e todos pratiquem a cartilha da patanisca gordurosa e achatada à frigideira(mercados).
Sobrevivem não os mais fortes, nem os mais inteligentes mas os que praticam a esperteza-saloia e vivem colados ao poder (frigideira onde se fritam as pataniscas).
Hoje vejo tantos bons a se absterem de participar na má política que se pratica como quem foge de mau sexo. Pudera! Esses podem não sobreviver mas efectivamente são os espermatozóides mais conscientes e espertos.
Anabela Ferreira
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