Portugal tem a maior quebra dos salários e produtividade da OCDE no terceiro trimestre

725708Portugal foi o país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que registou durante o terceiro trimestre deste ano uma descida mais acentuada das remunerações por unidade produzida e da produtividade do trabalho.

De acordo com os dados publicados esta quinta-feira pela entidade sedeada em Paris, as remunerações por unidade produzida caíram 1,4% em Portugal. O segundo país com uma queda mais expressiva foi o Japão, com 0,4% e o outro país com variação negativa foi a Itália, com 0,1%. Todos os outros países da OCDE analisados registaram uma subida.

Em simultâneo, a produtividade do trabalho (medida como o produto por pessoa empregada) também caiu em Portugal de forma muito forte no terceiro trimestre do ano. De acordo com a OCDE, a descida deste indicador foi de 1%. Apenas mais três países registaram quebras: a Suécia, com 0,2%, e a Áustria e a França, com 0,1%.

A combinação destes dois indicadores resulta na evolução dos custos unitários de trabalho, uma das formas mais vezes utilizada para verificar, em comparação com outros países, aquilo que está a acontecer à competitividade de um país. No terceiro trimestre do ano, tal como já tinha acontecido no segundo, registou-se uma diminuição dos custos unitários de trabalho em Portugal. A queda foi de 0,4% e Portugal apenas é superado pela Hungria (queda de 0,8%) e Japão (0,6%). No total da OCDE este indicador manteve-se estagnado, na Zona Euro registou um aumento de 0,1%.

A descida dos custos unitários de trabalho em Portugal foi agora consideravelmente menor do que a que tinha acontecido no segundo trimestre do ano (variação de -1,9%). Isto aconteceu especialmente devido à evolução negativa da produtividade que ocorreu no terceiro trimestre. Para os custos unitários de trabalho contribui a evolução das remunerações por unidade produzida (quanto maior a queda, maior a descida dos custos unitários) e a evolução da produtivdade (quanto maior a queda, menor a descida dos custos unitários). No segundo trimestre, a produtividade em Portugal tinha aumentado 0,3%, mas agora caiu 1%, conduzindo a uma descida menos pronunciada dos custos unitários de trabalho, apesar de as remunerações por unidade produzida continuarem a descer.

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