A parte mais importante da campanha eleitoral é invisível: criar a percepção de que a situação do país melhorou, através de inúmeros expedientes. Desde o controlo férreo da comunicação social à distribuição temporária de dinheiros públicos para disfarçar a miséria que se multiplica, passando pela maquilhagem das estatísticas.
Neste contexto, mais um número de circo arrancou nesta segunda feira, uma iniciativa para camuflar o desemprego (e pressionar a descida dos salários de quem tem emprego): o programa «Reativar» (1), com um orçamento de 43 milhões de euros. Os “cofres cheios” (com empréstimos a pagar pelos contribuintes) servem para essa propaganda da corja do governo, e destinam-se a suportar DURANTE SEIS MESES, até 80% do valor do estágio às pequenas e médias empresas que contratem desempregados com mais de 31 anos e que estejam inscritos nos centros de emprego há mais de um ano. As outras empresas poderão receber 65% do subsídio.
Os «estagiários» serão pagos abaixo das remunerações estabelecidas em contratação colectiva: entre 419,22 euros (abaixo do salário mínimo nacional, que é de 505 euros) e 691,7 euros brutos.
O gráfico abaixo reproduzido ajuda perceber que o objectivo não é o combate ao desemprego, mas o de maquilhar a parcela de «inactivos» que conta para o cálculo da taxa de desemprego. É por isso que, tendo a duração de seis meses, o programa «Reativar» será desactivado mal estejam concluídas as eleições legislativas.
(1) http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=4520603
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