Quem se lixa é a moule (por Anabela Ferreira)

ateia“Foi por milagre que nasci profana”, Fausto musico/compositor português

​Quarto dia de alerta máximo em Bruxelas. Tudo ​mais ou ​menos fechado e o caos começa a moldar-se à pele, o medo, a insegurança e as questões que se impõe: o que é isto? o que nos ameaça? que fazer? o quê, onde e quando vai acontecer, a querer-se instalar na vida das pessoas nesta bela cidade gris. Mas…

Saio à rua e observo os sinais de normalidade por todo o lado e a tranquilidade que nos devolve alguma cor à imaginação, a nós humanidade.

Porque o ser humano antes de ser um autómato guiado pelo medo é uma alma livre e viva. E inteligente. E isso os psicopatas não entendem. (pertençam eles a governos, grupos fanáticos, braços armados ou outros).

Mas é preciso entender o que nos faz aproximar cada dia do cenário de 1984 de George Orwell. Nem toda a gente pode ser enganada ao mesmo tempo e a informação está aí para ser estudada.
Não nos aquietemos com a desinquietação que nos querem fazer engolir. Desinquiete-mo-nos com a manipulação a que nos submetem.

E a Europa tem sido um alvo de venda da sua alma. E nova guerra está a ser estudada.

Mesmo com sustos que me cortam a respiração e me deixam de pernas trémulas, ainda tenho muita vida para aproveitar. Mas, se me cruzar numa esquina da vida com um desgraçado, também ele manipulado, seduzido e enganado, esquecido pelos Estados, abandonado à sua sorte, onde o tributo que lhe pedem ao crime contra a vida sagrada é a sua própria morte, fazendo-se explodir, então fiquem a saber que apenas lamento a vossa escolha. Vocês jovens estúpidos, perderam a alma e são também vítimas do caos.

A minha escolha é a de ver cair neve hoje e amanhã ver nascer o sol. Se vos der jeito claro.

​Frente a frente as religiões: terrorismo religioso (…) a religião da ignorância e o capitalismo, a religião da ganância. Juntam-se à religião da banalização do mal (teoria de Hanna Arendt) e o resultado é uma vida de pesadelo.

Para ver nascer um novo dia, desculpem lá qualquer coisinha, como andar por aí, mas não deixarei de o fazer. Algum anjo há-de tomar conta. Ou não.

Agradeço a todos os que me inundam de preocupação, beijos, abraços e carinhos. Como diz uma amiga “eu tinha de escolher um sítio para viver com adrenalina”. Podia viver sem ela? Poder podia, mas não era a mesma coisa.

Para vos descansar, sabem o que vou continuar a fazer?

Cuidar da vida ou viver com o cuidado possível enquanto me for permitido existir neste mundo bonito com algumas gentes muito feias, possuídas pela ideia fantasiosa de que o mundo lhes pertence. Dá dó!

Eu profana, penso apenas numa nova religião/paradigma. Da paz, da inclusão.
É obrigatório! É o meu dogma​.

​Vamos lá rir por favor. E beber umas cervejas acompanhadas de mexilhões enquanto vivemos a aguardar qualquer coisa parecida com a normalidade em guerra. Ou um ataque.

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