Reflexão – Apenas o olhar

Fotografia de Aditya Wardhana em Unsplash

Pouco a pouco, as máscaras  desaparecem dos rostos. Os alunos ficam contentes.  

Quanto a mim, confirmam-me sobretudo como um observador de olhares. Costumo encontrar neles a essência das pessoas, das emoções, dos sentimentos  — enfim, daquilo que será, para mim,  a sinceridade do outro. 

Sou daqueles que acreditam que os olhos não mentem.

A boca é diferente. Reage demasiado depressa, emite com frequência uma tentativa de ser, mas que ainda não o é em absoluto.

Em toda a minha vida, tem sido através dos olhares que avalio melhor as situações e os outros, que os reconheço às vezes muitos anos depois. Podem  engordar, envelhecer e o olhar, porém, permanece igual: a cor, a expressão da surpresa, da alegria, da graça, da atenção. 

Agora que as máscaras felizmente começam a cair, tenho já  saudades  dos olhos nos olhos, exclusivamente.

Luís Palma Gomes

Um comentário a “Reflexão – Apenas o olhar”

  1. Julio diz:

    E é verdade. Daí, o “os olhos não mentem”

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