Ricardo Salgado em prisão preventiva. (por Jacinto Furtado)

salgadoA Procuradoria Geral da República (PGR) está a investigar o Grupo Espírito Santo (GES). Segundo a agência noticiosa Reuters há já algumas semanas abriu vários inquéritos que visam a actividade do GES.

Em Novembro do ano passado,após os investigadores terem realizado buscas à sede do Banco Espírito Santo (BES) foram constituídos arguidos Ricardo Salgado, José Maria Ricciardi e Amílcar Morais Pires.

Recorde-se que Amílcar Morais Pires foi a primeira escolha para substituir Ricardo Salgado na presidência do banco.

O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) tem estado em contacto com as entidades reguladoras não tendo até ao momento recebido nenhuma denúncia de particulares que se considerem lesados.

No Panamá o regulador bancário assumiu o controlo temporários do ES Bank, uma subsidiária do BES devido à falta de liquidez do banco e por existir o risco de entrar em insolvência. Segundo a informação prestada pela Superintendência de Bancos do Panamá à France Press a tomada do controlo “Foi necessária para proteger e defender os interesses dos depositantes e credores da instituição perante a situação de iliquidez e potencial insolvência”.

Hoje, no parlamento, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa,afirmou que a situação no Panamá não tem nada a ver com o BES uma vez que todas a filiais do Espírito Santo Financial Group têm relação com o GES e não com o BES.

O buraco financeiro no BES/GES está ainda a ser avaliado mas o potencial do descalabro financeiro é de tal forma elevado que poderá  roubar o título ao BPN relegando-o para a posição de “pequeno deslize nas contas”.

No meio desta preocupante situação mantêm-se a dúvida, até que ponto vai a economia nacional ser afectada, até que ponto vão os Portugueses ter, uma vez mais, de pagar crimes financeiros praticados por outros.

Portugal será eventualmente o único País do mundo onde um presidente dum banco confessa presidir a uma instituição que falsificou as contas, escondeu resultados, manipulou mercados e deu informações falsas aos investidores e não se passa nada, nada acontece.

Nos Estados Unidos, não sendo dos exemplos que mais aprecio, Bernard Madoff foi preso e condenado a 150 anos de prisão, neste jardim à beira mar plantado nada acontece a quem, a partir de um certo nível da cadeia alimentar, pratica irregularidades.

Os tribunais Portugueses que são tão céleres em decretar prisão preventiva, nalguns casos até se fica com a estranha sensação de que a fundamentação terá sido um singelo “o tempo que passares em preventiva já ninguém te tira do lombo” parecem incapazes de lidar com estes casos.

O tribunais Portugueses gostam muito de decretar a prisão preventiva com a fundamentação do alarme social, perigo de continuidade da actividade criminosa, perturbação do inquérito e perigo de fuga, ficam impávidos perante estas situações.

Não esquecer que o contabilista do GES a quem Ricardo Salgado atribuiu as responsabilidades já terá recebido uma choruda indemnização, alegadamente, já está em parte incerta no Brasil. Isto não causa alarme social? Isto não é perturbação do inquérito? Isto não é perigo de fuga? Isto não é continuidade da actividade criminosa?

Porque motivo não está Ricardo Salgado em prisão preventiva? Em última instância (talvez em primeira) sendo o presidente não pode se ilibado de responsabilidades criminais na manipulação das contas do banco.

Será que o Dono Disto Tudo está acima da Lei e vai passar incólume a mais este escândalo?

Um comentário a “Ricardo Salgado em prisão preventiva. (por Jacinto Furtado)”

  1. robin wod diz:

    em portugal é assim e sempre assim sera,
    PORQUE?
    por quem tem o poder de os punir sao piores que os golpistas.
    e depois nao foi roubo .
    é um piqenininho desvio .
    ai portugal portugal .

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