Gostava de não ter de decidir pelos cientistas porque é neles que acredito. Eles devem saber. Eles sabem. Se conseguirem acordar entre pares dar-nos-iam maior confiança.
Gostava de não ter de decidir pelos Governos porque estes deveriam ser o garante da confiança dos cidadãos. Deveriam pesar o que deve ser decidido com base na Ciência, que hoje mais parecem decisões tomadas com base em informações avulsas das tias nos grupos de whatsapp, medidas pelo número de “likes” e opiniões abalizadas dos “influencers” e opinadores das redes sociais e dos seguidores deste ou daquele credo. Nada inspirador para o nível de confiança do cidadão.
Contudo, porém, todavia, sabemos que quem manda no mundo são os mercados, os negócios e o dinheiro.
Há cientistas pagos para dizer que “os seguidores da sandália” têm razão. Há cientistas pagos para dizer que “os seguidores da oliveira é que têm razão”.
A vacina x é mais barata por isso sofre pressões do mercado para não ser a tomada, dizem uns.
Sabemos que os governos – que investiram muito muito do dinheiro colectivo na investigação das vacinas – cedem a pressões, chantagens, negócios, mentiras incluindo deixar as patentes das vacinas nas mãos dos privados.
Que negócio lixado com f! E em meu nome…
Entrementes nós que não sabemos nada de nada, vivemos em clausura, falidos, em ruptura de vida, somos bombardeados por todos os lados, num caso humanitário de saúde pública, de saúde emocional, mental e física com absurdos e incoerências, morrendo desconfiados de tudo e todos, olhando em permanência por cima do ombro.
Ainda entrementes, “a cause de tout ça”, vivemos numa permanente sessão de apedrejamento, inseguros e sem qualquer confiança, nem na Ciência, nem nos Governos, nem nos políticos, nem nos jornalistas, nem nas vacinas nem no vizinho negacionista, com tanta incoerência tornando-nos incapazes de gerar pensamento crítico e decisões sensatas.
A twilight zone é já aqui, no meio da incoerência à qual ninguém há-de escapar.
Por fim, a minha incoerência leva-me a concluir que fumo, bebo, como presunto, tomo paracetamol quando tenho dores nas cruzes, tenho um chip no telemóvel que já me persegue e assiste nos meus pensamentos, gostos e pesquisas e pasme-se, vivo!
Além de ingerir e respirar maningue cenas que me provocam coágulos, às vezes penso que devemos estar a viver um largo experimento humano, considero-me uma sortuda por viver esta época cheia de cientistas e humoristas que me fazem rir imenso e, agrada-me a vacina como solução da ciência.
Como me agrada se aparecer um fármaco anti-viral como terapêutica. E um SNS com mais profissionais, mais bem pagos, com condições dignas de trabalho preparados para enfrentar qualquer pandemia e proteger a saúde pública.
Sem esse factor nunca haverá confiança nos governos. Para que aconteça este final, qualquer governo se deve comprometer em não estar envolvido com o negócio do neo-liberalismo Reaganiano-Tatcheriano.
O dinheiro é do colectivo e a saúde pública é o único negócio que não deve estar em cima da bolsa da mesa. A não ser para a consolidar como prioridade.
Para já todo o meu bom-senso se continua a centrar na toma de uma solução que trará o bem estar colectivo e o regresso à vida com abraços e sem olhar por cima do ombro.
Deixo à morte a escolha da forma e do dia.
Para já vou lavar os pratos.
PS – Segundo dados recentes o Reino Unido tem já metade da sua população vacinada e está fora da UE.
Onde estás UE? Obrigadinha UE.
Anabela Ferreira
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